Mesmo com alta de juros nos EUA, que seria motivo suficiente para fortalecer o dólar por aqui (e fortaleceu lá fora, o dia de ontem foi marcado pelo otimismo do investidor estrangeiro com o futuro do país e porque não dizer pelo nosso carry trade (diferencial de juros) que continua bom. Contrariando a firme valorização da moeda norte-americana no exterior, a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua a levantar a perspectiva de ingresso de investimentos estrangeiros no Brasil, enquanto a redução de bloqueios nas rodovias nacionais foi motivo de alívio para os mercados. Pelo visto não haverá impacto igual ao da greve dos caminhoneiros de 2018.
O dólar à vista fechou ontem cotado a R$ 5,1219 e com volatilidade muito grande no decorrer do pregão. A moeda oscilou entre R$ 5,2252 e R$ 5,0860.
Estamos vendo grande ingresso de recursos estrangeiros no país, devido a agenda do próximo presidente ser alinhada à governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês). Muitas empresas estrangeiras retiraram títulos do Brasil de sua lista interna de restrições de investimento após promessas de Lula de proteger a floresta amazônica.
Mercado fica atento agora as notícias de quem serão as pessoas que vão compor o governo, e daí poderemos fazer alguns cenários, de como vai ser o fiscal e as políticas econômicas. Mais aguardado é o nome para o ministério da economia.
A equipe de transição do presidente eleito propôs ontem a aprovação pelo Congresso de uma PEC para criar uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo que assumirá em 1º de janeiro. O mercado já esperava que o próximo governo buscasse gastar além do permitido pelas regras fiscais vigentes. A definição sobre os valores embutidos na PEC vai ficar para a próxima semana, conforme disse o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Esse furo no teto, ou readequação do teto não é muito bom para a imagem do país. Por outro lado, essa proposta, se aprovada, significaria mais estímulos financeiros para as pessoas consumirem e movimentar a economia.
Continuamos atentos a manutenção da política de Covid-zero da China e também a guerra na Ucrânia. Os aumentos de juros pelo mundo, (a Inglaterra também subiu os juros em 0,75%) aumenta a perspectiva de menor crescimento mundial.
Para fechar a semana hoje teremos na agenda, discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE, logo após divulgação dos PMI da zona do euro. O mais importante da agenda americana hoje será o payroll e a taxa de desemprego. No Brasil sairá também PMI e fluxo cambial estrangeiro.
Bom final de semana turma e que consigam ter lucros em seus investimentos.