Dólar subiu bem pouco ontem, mais devido a demanda pela necessidade de compra de dólar para remessas ao exterior e ajustes contábeis de fim de ano.
Não gosto muito dessas análises que hoje dizem que caiu porque a ômicron é menos letal, amanhã dizem que subiu porque o Federal Reserve (Fed) tinha dito lá atrás que antecipará o tapering. Assim não dá!
Para analisar de fato o câmbio, precisa ver o que está acontecendo e refletindo no mercado on time. É claro que dados numéricos explicam bem, leilões do Banco Central também, e decisões de política monetária aqui e nos EUA. Mas isso reflete no dia, no dia seguinte e as vezes até antes, quando o mercado já opera no modo expectativa do que vai acontecer. Quando nada acontece ou não tem dados importantes na agenda a culpa é sempre de algo “requentado”.
A pequena alta de ontem, a meu ver, pode estar relacionada à alguma busca de proteção por cautela fiscal em meio à pressão dos auditores federais por reajustes e que deve afetar as operações de comércio exterior, embarque de exportações e desembarque de importações no país. Receios fiscais seguiam sob os holofotes, com agentes locais monitorando a situação dos auditores da Receita Federal que entregaram seus cargos em ato contra cortes orçamentários.
A moeda oscilou entre R$ 5,6173 na mínima do dia e R$ 5,6629 na máxima. E fechou em R$ 5,6390 na venda. Praticamente estável.
Amanhã teremos formação de Ptax e, daí sim, a volatilidade está garantida. Também amanhã dados nos EUA como pedidos iniciais por seguro desemprego.
Entre os pontos de cautela, tanto aqui como no exterior, temos a inflação global e a redução dos estímulos de grandes Bancos Centrais.
Movimento do câmbio esta semana estará mais intenso no papel moeda, com as viagens internacionais dos brasileiros. Houve um aumento significativo na demanda por papel, tanto no dólar, quanto no euro, e também de algumas outras moedas, como dirham, dos Emirados Árabes Unidos.