Movimento de alta para o dólar (a meu ver de curto prazo) desses últimos dias se deu devido a fala da diretora do Fed. Lael Brainard de que espera uma combinação de aumentos de juros e um rápido escoamento do balanço do Fed. As perspectivas são de que os EUA apertem sua política monetária de forma mais contundente, efetivamente drenando liquidez em dólar, reduzindo a oferta da moeda, o que eleva seu preço.
Ha também um movimento de correção na divisa norte-americana tendo como argumento a força da moeda no exterior e preocupações com a China.
O dólar à vista subiu 1,21% e fechou ontem cotado a R$ 4,7147 na venda.
Me parece que o banco central americano está disposto a desacelerar a economia em prol de uma inflação mais baixa.
A perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos tem gerado temores de recessão por lá, uma vez que freariam o consumo num contexto já afetado pelas consequências econômicas da guerra na Ucrânia.
Quanto a ata do Fed, que o mercado estava aguardando puxando o dólar para cima, saiu ontem e parece que o banco central dos Estados Unidos provavelmente teria aumentado a taxa de juros em 0,50 ponto percentual no mês passado para desferir um golpe mais decisivo contra a inflação em disparada nos EUA, mas foi impedido pela invasão russa à Ucrânia. A ata mostrou que a opinião de Powell sobre uma elevação menor dos juros foi amplamente compartilhada por seus colegas, que decidiram aumentar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizaram que continuariam a subir a taxa básica ao longo do ano e em 2023.
Peço cuidado pois o cenário para o crescimento doméstico está enfraquecendo à medida que o rápido ciclo de alta de juros pelo Copom impacta a atividade econômica e há a possibilidade de que, à medida que a eleição do Brasil em outubro se aproxima, a visão otimista do mercado sobre os riscos eleitorais e fiscais possa ser reexaminada.
Por quanto o carry trade ainda está bem bom e se sobressaindo as questões de alta de juros nos EUA e eleições por aqui. O fluxo de capital ainda e alto e a tendência de valorização do real está mantida. Mas isso não é para sempre, portanto cautela.