Após uma certa sensação de paz no mercado com as falas de Roberto Campos Neto na noite de segunda feira - quando o presidente do Banco Central explicou porque é contra a flexibilização da meta de inflação no Brasil dentre outros temas, e disse que gostaria de trabalhar em harmonia com o novo governo, e disse inclusive que avaliou positivamente o pacote de medidas já apresentadas pelo governo e tem boas expectativas em relação ao novo arcabouço fiscal que será apresentado pelo Ministério da Fazenda, em substituição ao teto de gastos, que limita as despesas do governo à inflação do ano anterior - veio a notícia de que o presidente Lula teria avisado a equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação para este ano, que está atualmente em 3,25% e a redução da Selic para 12% até o final do ano.
Depois disso, o dólar trocou de sinal e após bater a mínima de R$ 5,1288 pela manhã e ir subindo conforme saiam dados do CPI nos EUA mais fortes do que o esperado, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,2299 com a tensão institucional entre governo e BC. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,1996.
Para nós, do câmbio, seguimos com o mercado muito volátil, uma hora digerindo a “pseudo paz” no mercado e, na hora seguinte, digerindo as “bombas” atiradas pela política.
Não é questão de ser pró-governo ou não. Aqui, somos pró-Brasil, queremos um país atraindo investimento estrangeiro, exportando commodities, com investimentos na indústria, aumento de empregos e crescimento sustentável, e com a nossa moeda valorizada! Os ativos brasileiros têm sido abalados pelas insistentes críticas do governo à atuação da autoridade monetária e ao nível de juros do país.
No exterior, a inflação ainda pressionada nos EUA traz a possibilidade bastante de nós termos mais duas altas de juros nas próximas reuniões do Fed e ajuda a explicar a piora nos mercados tanto internacionais quando domésticos.
Amanhã, teremos a aguardada reunião do CMN, a primeira com Haddad e Tebet na mesa. Mercado aguarda para saber se sairá alguma “novidade” sobre inflação desta reunião. Ainda bem que o BC segue independente, porque abaixar os juros no “grito” não vai levar a nada. Mas… vamos aguardar.
Para hoje, no calendário econômico, teremos na Europa a balança comercial e produção industrial de dezembro. Aqui, no Brasil, conheceremos o IGP-10. Nos EUA, as vendas do varejo e produção industrial de janeiro.
Aproveita, galera! Várias janelas de realizações de lucros! Força, Brasil!