Caros amigos, vocês sabem que, para quem acompanha câmbio, é muito importante olhar para taxa de juros, tanto aqui quanto nos EUA e na Europa.
Na sexta-feira passada o presidente do nosso banco central, Roberto Campos Neto, falou que o futuro das taxas de juros no Brasil dependerá da extensão dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e de eventuais outros choques sobre a inflação. Portanto o mercado nos próximos dias (até início de maio, quando saíra a próxima Selic) ficará tentando adivinhar se o ajuste será mais intenso ou não.
Na última reunião do Copom, o BC tinha anunciado que elevaria a taxa Selic (juros básicos da economia) em 1 ponto percentual na reunião de maio, para 12,75% ao ano. A inflação está “descolando muito” da meta, com grande disseminação entre os itens cujos preços estão subindo.
A recente queda do dólar no Brasil foi influenciada pela elevação rápida dos juros nos últimos meses, pela melhora da arrecadação no curto prazo e pelo aumento no preço internacional das commodities (bens primários com cotação internacional). Sem esquecer também do aumento dos investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.
Na sexta feira passada, o dólar chegou a ameaçar a resistência de R$4,80. Mas isso não firmou e fechou a semana em R$ 4,7118, com operadores realizando lucros e repercutindo algum ajuste de baixa na divisa no mercado externo.
As crescentes expectativas de que o banco central dos EUA eleve os juros de forma mais rápida em suas próximas reuniões tem dado força ao dólar. Com juros mais altos e ostentando o título de mercado mais seguro do mundo, os EUA, assim, atrairiam mais recursos, o que valorizaria a moeda norte americana.
A meu ver o real ainda tem terreno de apreciação devido a redução da percepção de crise fisca (apesar de ser ano de eleição), diferencial de juros que está trazendo fluxos para arbitragem com taxa de juros ("carry trade") e os elevados preços de commodities, que podem resultar em um superávit comercial superior a 80 bilhões de dólares em 2022.
Bons negócios a todos!!!