O mercado de câmbio já está precificando a pausa dos aumentos de juros nos EUA. Hoje, veremos se isso vai se realizar ou não. Se pausar, já está precificado no câmbio!
Ontem, a inflação no varejo dos Estados Unidos ficou dentro do esperado pelos analistas. O dado reforçou as apostas na interrupção do ciclo de aumentos dos juros americanos. Se o FOMC sinalizar que não aumentará os juros desta vez, não significa que o atual ciclo de alta tenha terminado ou que cortes de juros estejam na agenda. O ritmo lento da desinflação e a resiliência contínua da economia americana são motivos pelos quais o Fed vai querer manter a opção de aumentar os juros nas próximas reuniões em aberto.
O dólar hoje tende a ser pressionado globalmente em cenário de estabilidade ou eventual redução dos juros nos EUA, uma vez que uma política monetária menos restritiva tornaria a rentabilidade da maior economia do mundo menos atraente para investidores estrangeiros, que passariam a direcionar seu dinheiro para países de retornos mais altos, como é o caso do Brasil. No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido apontado como um dos pilares de sustentação do real. Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8622 para venda.
O estímulo anunciado pela China (o Banco do Povo da China cortou sua taxa de recompra reversa de sete dias em 10 pontos-base, para 1,90%, injetando 279,97 milhões de dólares no sistema) favoreceu as moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro, colaborando ainda mais para a queda do dolar.
Por aqui, o Banco Central se reunirá na semana que vem para deliberar sobre a política monetária. A expectativa predominante entre os operadores é de manutenção da Selic, mas há grandes chances de a autarquia abrir a porta para afrouxamento dos custos dos empréstimos ainda este ano.
Para hoje, no calendário, o evento mais importante mesmo é a divulgação da taxa de juros dos EUA. Pela manhã, sairá o IPP por lá. Aqui, no Brasil, teremos vendas no varejo de abril, confiança do consumidor de junho e fluxo cambial estrangeiro. Na Europa, veremos a produção industrial de abril!
Bons negócios e muito lucro para todos!