O início desta semana foi marcado por apetite a risco no mundo inteiro, depois que dados norte-americanos de emprego e da indústria sugeriram que a economia dos Estados Unidos estaria perdendo fôlego. Isso levantou esperanças de que o Federal Reserve poderia moderar seu ritmo de aperto monetário de forma a poupar o crescimento. Daí vimos o dólar despencar, além disso o resultado bem melhor do que as pesquisas mostraram, para o atual presidente, acalmou cenário de incertezas.
Só que o ânimo azedou e ontem a publicação do relatório ADP sobre o mercado de trabalho privado nos Estados Unidos mostrou um forte avanço no número de contratações e deu perspectivas para que o Federal Reserve (Fed) continue com um aperto monetário forte. Precisamos acompanhar de perto a publicação do payroll de setembro, na próxima sexta-feira. Com esse dado, poderemos ter uma perspectiva mais realista sobre o futuro dos juros americanos.
O problema é que, assim como na Europa, a inflação nos EUA continua presente, especialmente nos núcleos e sem sinais claros de alívio, portanto, há pouco que o Fed possa fazer, a não ser persistir com as altas de juros.
Custos de empréstimo mais altos nos EUA (juros) são fator de impulso para o dólar, pois tornaram os retornos do mercado de renda fixa norte-americano mais atrativo mas, por outro lado, levantam temores de recessão, já que tendem a restringir os gastos de empresas e famílias.
O dólar é considerado aposta segura em momentos de turbulência econômica e geopolítica.
Por aqui. uma disputa acirrada no segundo turno deve trazer volatilidade ao câmbio durante todo o mês de outubro. Para vocês verem que ontem a moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, cotada a R$ 5,184 para venda, mas ficou muito abaixo do maior patamar do dia, quando subiu 1,49%, a R$ 5,2450. Na mínima da sessão, atingida na parte da tarde, o dólar chegou a cair 0,15%, a R$ 5,1602. Haja coração!
O que limita também essa alta do dólar é a taxa Selic, que está atualmente em 13,75%, depois que o Banco Central se adiantou perante outras economias no aperto monetário. O nível alto dos juros torna os retornos do real interessantes para investidores estrangeiros.
No calendário hoje acompanharemos no Brasil o IGP-DI mensal de setembro, importante índice de inflação. Que deve ter redução. Nos EUA, vamos ter os pedidos por seguro-desemprego e vários discursos de membros do Fomc. Na Europa, será publicada a ata da reunião de política monetária.
Bons negócios a todos! Que consigam operar realizando lucro!