As preocupações renovadas sobre os aumentos iminentes das taxas do Federal Reserve tem levado o mercado a ficar apreensivo.
Ontem, Brainard, vice presidente do Fed, disse que a política monetária dos EUA terá que ser restritiva no curto prazo e o aperto cumulativo da política monetária pelo banco central levará tempo para produzir os resultados desejados contra a inflação. Com isso, houve diminuição de apetite a risco no cenário mundial. Apesar disso, o dólar à vista fechou ontem cotado a R$ 5,1921 para venda, na contramão do avanço da moeda norte-americana no exterior. O real tende a se beneficiar da perspectiva de manutenção dos juros locais em patamar elevado por um período prolongado. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, após um ciclo intenso e antecipado de aperto monetário que tirou os juros básicos do menor valor histórico de 2% atingido durante a pandemia, tornando o real mais atraente para estratégias de "carry trade". Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e aplicação desses recursos em praça mais rentável.
Enquanto isso, na esfera política no Brasil, as candidaturas terão que discutir e negociar o novo arcabouço fiscal, enquanto buscam formas de viabilizar compromissos de campanha que impactam diretamente as contas públicas, com os dois lados prometendo manter o valor adicional do Auxílio Brasil e corrigir a tabela do Imposto de Renda. E segue mais volatilidade no mercado.
Mas cuidado com excesso de ânimo com essa pontual queda do dólar, pois o cenário externo segue adverso, conforme os principais bancos centrais do mundo continuam elevando suas taxas de juros, capitaneados pelo Federal Reserve. Crescem as expectativas de uma postura mais dura do banco central norte-americano, com possível alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, enquanto os analistas aguardam dados de inflação (dos EUA) e a ata da última reunião (do Fed).
Na frente de guerra da Ucrânia, a Rússia lançou mísseis de cruzeiro em cidades ucranianas.
Já na agenda para hoje temos no Brasil IPCA, nos EUA discursos de membros do Fomc e mais reuniões do FMI. Na Europa, pronunciamento de Lane do BCE e o euro segue em queda livre, e abaixo do dólar.
Amanhã, feriado por aqui.
Bons negócios, turma, e um dia bastante lucrativo para todos neste pré-feriado!!!