Em dia de feriado nos Estados Unidos - Memorial Day - e agenda vazia por lá, precisamos olhar para o que temos de Brasil hoje, e é dia de PTAX. Também temos por aqui a divulgação do balanço orçamentário.
Considerando a maré de boas notícias, com a agência Fitch mantendo o rating do Brasil em BB-, apesar de salientarem uma atenção para o risco fiscal e incerteza quanto à recuperação econômica aqui. Havia inclusive um receio de que a agência pudesse rebaixar essa nota, mas, devido à (como explicou a própria agência) capacidade de absorver choques externos sustentados por sua taxa de câmbio flexível, desequilíbrios externos moderados, reservas internacionais robustas, acabou mantendo e o mercado gostou. Associado a isso, temos a onda de notícias favoráveis quanto à recuperação da economia dos Estados Unidos e Europa, cenário ideal para um dólar fraco e real apreciado.
Chamo atenção aqui para as observações da Fitch com as perspectivas negativas para o país e são elas: evolução da pandemia do coronavírus, morosidade no processo de vacinação e as consequências econômicas desse cenário, além da dívida governamental e potencial de crescimento econômico fraco com um cenário político difícil, que impede o progresso oportuno nas reformas fiscais e econômicas. “Fragilidades fiscais contínuas, bem como vencimentos de dívidas encurtados, tornam o Brasil vulnerável a choques”, diz a agência.
De uma hora para outra os prognósticos para o Brasil vão se revertendo e o mercado se surpreende com o alívio fiscal de curto prazo, expectativa de cumprimento da meta da inflação, ajustes de contas externas, além da arrecadação que surpreendeu.
O câmbio deve continuar caindo com a expectativa de Selic mais alta, ou seja, juros mais altos no Brasil e juros baixos nos EUA, o que faz com que o investidor estrangeiro migre para cá em busca de retornos maiores.