- As tarifas de Trump estão dando força ao dólar, agitando os mercados cambiais.
- O aumento das tensões e a valorização do dólar podem gerar inflação e transtornos econômicos.
- Com os mercados sob pressão, o dólar pode continuar subindo—a menos que as tensões comerciais diminuam.
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Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ordens executivas impondo tarifas elevadas sobre México, Canadá e China, desencadeou uma onda de volatilidade que se espalhou pelos mercados globais.
Com tarifas chegando a 25% sobre a maioria dos produtos importados do México e do Canadá, além de 10% sobre bens chineses, a medida—justificada pelo governo como um esforço para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas—gerou reações imediatas em diversos países.
A partir de amanhã, essas tarifas afetarão cerca de US$ 1,3 trilhão em comércio, abrangendo quase metade das importações dos EUA. Como resultado, a tarifa média americana subirá de 3% para mais de 10%, criando um cenário propício para disrupções significativas no comércio global.
Volatilidade no mercado: dólar dispara
O anúncio das tarifas provocou fortes movimentos nos mercados financeiros. Canadá e México ameaçaram retaliar, enquanto a China anunciou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio. Em meio a essas tensões, o dólar americano avançou 1%, abrindo a semana em 109,78, após fechar a semana anterior em 108,5.
Como esperado, a valorização do dólar impactou de forma expressiva outras moedas. O dólar canadense atingiu seu menor nível desde 2003, enquanto o peso mexicano caiu para o patamar mais baixo em três anos. O yuan chinês também sofreu forte desvalorização, levando o USD/CNH a testar a resistência de 7,36. Já o euro seguiu sua trajetória de queda frente ao dólar.
Impactos para a economia global
Os efeitos das tarifas vão além do mercado cambial. Economistas alertam que o aumento das tarifas pode pressionar a inflação nos EUA e reduzir o PIB em até 1,2%. Além disso, essa escalada nas tensões comerciais pode tornar a política do Federal Reserve ainda mais incerta, complicando futuras decisões sobre taxas de juros.
Diante desse cenário, investidores podem buscar ativos mais seguros, como o dólar, o que deve impulsionar ainda mais a moeda americana. Esse movimento pode gerar impactos significativos nos mercados emergentes, onde a desvalorização cambial pode intensificar a instabilidade econômica.
O efeito cascata da guerra comercial também afetará bancos centrais ao redor do mundo. Enquanto o Banco Central Europeu lida com os desafios do enfraquecimento da economia da zona do euro, o Banco do Japão parece menos afetado, com o iene mostrando maior resistência em relação ao dólar.
Análise técnica do dólar: foco no DXY
As decisões de Trump seguem impactando os mercados, e o Índice Dólar (DXY) apresenta movimentos técnicos relevantes. Na última semana, o índice encontrou suporte na região de 107 e iniciou esta semana com alta de 1%, entrando na zona de expansão de Fibonacci. A próxima resistência está em 110,15, e, caso a demanda pelo dólar continue, o índice pode testar a faixa entre 111 e 112.
Por outro lado, a volatilidade gerada pelo histórico de decisões imprevisíveis de Trump pode reverter esse movimento rapidamente. Caso as tensões comerciais diminuam, o dólar pode corrigir, com suporte inicial em 109,5. Se esse nível for rompido, os próximos suportes estão em 108,95 e 108,2. No momento, os indicadores técnicos apontam para uma tendência de alta, mas o cenário segue instável.
O que esperar agora?
Com a escalada das tensões comerciais, os mercados devem continuar voláteis. Embora as tarifas de Trump tenham fortalecido o dólar no curto prazo, o impacto econômico mais amplo ainda está em definição. Com o comércio global em alerta e a política do Fed cada vez mais incerta, investidores devem acompanhar atentamente a evolução desse cenário.
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