Um dia, o apetite a risco está ótimo, no outro é aversão a risco e assim seguimos no jogo do câmbio. Impossível prever porque a mesma notícia ou fala de algum dirigente repercute de um jeito num dia e diferente disso no outro.
Então, só nos resta olhar os fatos e ir sentindo o ânimo do mercado durante o dia. De fato, temos que a Europa apresentou dados fortes de inflação e que dirigentes do Banco Central Europeu reforçaram a defesa pelo início do ciclo de alta do juro básico.
Mais um fato foi que após a notícia de que a China aplicou uma nova quarentena por causa da covid o dólar ganhou impulso por aqui. O dólar à vista subiu 0,78% e fechou cotado a R$ 4,9813 na venda. Ainda abaixo de R$ 5,00 e considerando nossa taxa de juros doméstica extremamente atrativa.
Quanto ao DXY, o mercado doméstico de câmbio tem ficado mais reativo ao movimento internacional do dólar. A correlação de um mês entre a taxa de câmbio brasileira e o índice da moeda norte-americana (DXY) está no maior patamar em um ano, a +0,58. Quanto mais próximo de 1, mais correlatos são os preços em análise.
O que vemos é que, de forma geral, investidores estão preocupados com as perspectivas para o crescimento econômico global em meio ao aumento da inflação, principalmente depois de o chair do Fed, Jerome Powell, adotar um tom mais agressivo sobre a política monetária.
Por aqui, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, voltou a fazer comentários sobre câmbio. Ele reconheceu que incertezas fiscais pesam sobre o real e disse que a autarquia também tem instrumento para combater uma volatilidade adicional do câmbio decorrente das expectativas de aperto monetário nas principais economias do mundo.
Para hoje a ata da reunião de política monetária do BCE, por aqui a reunião mensal do CMN (conselho monetário nacional) e nos EUA os pedidos de seguro desemprego.
Boa sorte e muita calma, pessoal!