Bom dia, mercado do câmbio! Ontem o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0163 para venda. Foi um dia de grande volatilidade: alta pela manhã, atingindo cotação acima dos R$ 5,05, e de tarde chegou a romper os R$ 5,00, operando a R$ 4,996 na mínima.
Não sei ainda onde o mercado entendeu que a guerra no Oriente Médio arrefeceu. Acho que estou em um universo paralelo. Pode até não ter escalado, mas o conflito na região segue firme, infelizmente. O grupo terrorista Hamas soltou dois reféns e ajuda humanitária chegou na região, mas continuam muitos outros sequestrados ainda por lá. Pois é, o mercado de câmbio não é autoexplicativo e muito menos reage a notícias ou a dados pontuais. O que manda mesmo é o fluxo, que acaba sendo soberano perante qualquer outro motivo que impacte no câmbio.
A provável manutenção dos juros norte-americanos em patamares mais altos reduz a liquidez para as economias emergentes, e com isso aumenta a taxa de câmbio do dólar. Temos visto a taxa de retorno dos treasueries 10 anos baterem mais de 5%, apesar de ontem ter ajustado um pouco em torno de 4,85%. O que vai definir se haverá um novo skip (pausa) nas altas de juros pelo Fed serão os seguintes dados: o PIB dos EUA na quinta e o PCE (índice de preços das despesas do consumo pessoal) na sexta trazem uma leitura de inflação que o Fed leva em conta na tomada de decisão de juros. A maioria do mercado acredita que haverá manutenção na taxa de juros dos EUA nesta próxima reunião.
E por aqui, hoje devemos ter a votação da taxação dos investimentos dos chamados “super ricos”, e decisão sobre temas como offshores e juros sobre capital próprio. O governo precisa arrecadar mais para tentar zerar o déficit primário em 2024, conforme estipulado pelo arcabouço fiscal. Sei, sei.
E no calendário econômico de hoje veremos na Europa e nos EUA o PMI industrial, composto e de serviços de outubro e discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.
Bons negócios a todos e muito lucro!