Boletim Focus reduz projeção de crescimento do Brasil, praticamente mantém IPCA, e para o dólar R$ 5,60 em 2021 e R$ 5,57 para 2022.
Realmente me pergunto como podem projetar o câmbio tão a longo prazo. Com tantas variáveis e em ano eleitoral, risco fiscal e cepa ômicron do coronavírus. Para mim, que atuo diretamente na formação das taxas de câmbio de mais de 20 moedas (relativas ao real) em mesa e fico acompanhando as notícias durante todo o período que o mercado está aberto, vejo reflexo de todas as falas e notícias seja no Brasil ou no exterior na cotação do real várias vezes ao dia. Mas, vamos ver. Vai que acertam! Só posso dar os parabéns para quem dá a cara a tapa com essas projeções mirabolantes.
A variante ômicron volta a assustar pelo mundo. E o câmbio ontem mostrou bem isso. Mercado operou acima de R$ 5,70 praticamente o dia todo. Chegou a máxima de R$ 5,7471, mas não rompeu o R$ 5,75. O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,745 na venda.
A liquidez deve mitigar no mercado nas próximas semanas. O aperto monetário dos bancos centrais pelo mundo trará desafios aos emergentes.
Por aqui, inflação, fragilidade fiscal, juros altos e o risco eleitoral com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual mandatário Jair Bolsonaro na dianteira nas pesquisas para 2022 trazem um cenário de cautela e mantém o investidor na defensiva.
No aspecto das ameaças de Paulo Guedes, o ministro da Economia disse que se a inflação continuar subindo o Auxílio Brasil pode chegar a R$ 600,00 ou até R$ 800,00. Só não sei de onde vai tirar essa verba.
A agenda está esvaziada nesta semana de quase Natal, e o principal indicador da semana é o IPCA-15 na quinta-feira.
Nos EUA, a revisão do PIB do 3º trimestre e a inflação do índice PCE (favorita do Federal Reserve) de novembro são os destaques da agenda. Com esses indicadores, poderemos ter uma ideia se o Fed seguirá com seu cronograma de antecipação de retirada de estímulos da economia.