Fechamos a semana passada com aversão a risco e, portanto, dólar valorizado engatando a terceira semana de ganhos, conforme operadores tomaram a moeda como posição defensiva diante de incertezas no Brasil e do fortalecimento da divisa no exterior com a perspectiva de alta de juros nos EUA, cotado a R$ 5,3444.
Hoje atenção para o boletim focus e as projeções para o mercado financeiro.
Quinta feira é dia de Ptax e, portanto, volatilidade na certa devido à queda de braços entre comprados e vendidos.
Mercado tenso na sexta feira com o bitcoin despencando devido à China considerar ilegais pagamentos em criptomoedas e o caso Evergrande (OTC:EGRNY) (pode ser uma questão de tempo até que a empresa entre em default, ou seja, situação de inadimplência) e suas possíveis consequências ainda assustando os investidores, principalmente países exportadores de commodities, como nós. Em um cenário de falência da empresa, a China reduziria a importação das commodities e afetaria ainda mais os preços do minério de ferro.
A alta do IPCA-15, que subiu 1,14% em setembro, pode embutir alta nos juros futuros e inibir apreciação do real. Esse é mais um desafio para o ritmo moderado do aperto monetário reiterado pelo Banco Central na semana passada.
A FGV mostrou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 6,5 pontos em setembro, para 75,3 pontos, menor patamar em 5 meses. Mais um dado ruim para o real.
A questão da prorrogação do auxilio emergencial e com valor aumentado traz incertezas para o mercado financeiro, sobre de onde vão tirar este dinheiro, sem furar o teto de gastos.
Sobre a ata do Copom, amanhã, espera-se uma inflação menos pressionada em 2022, dada a leitura do Copom neste ano, de antecipar as elevações da Selic, mas também pela perspectiva de menos dinamismo nas economias da Ásia, e chances de alívio nos preços da energia. Mas essa é a visão do Banco Central, e não necessariamente do mercado, afinal 2022 é ano de eleição.
O mercado de trabalho dos Estados Unidos já alcançou as condições que o Federal Reserve (Fed) estabeleceu para reduzir suas compras mensais de títulos, pela visão de Esther George, do Fed do Kansas. Ela disse: “Os critérios de progresso adicional substancial foram atendidos. Os argumentos a favor de continuar a aumentar nossa carteira de ativos a cada mês perderam força". Metade dos membros do Fomc espera a primeira alta dos juros para o ano que vem, eles buscam garantir que não vão repetir erros passados ao retirarem o suporte rápido demais ou, em contraste, aguardar demais e permitir que a inflação se instale. A mensagem do Fed é inequívoca. O crescimento econômico nos EUA será mais lento do que se pensava, e a política monetária iniciará o aperto mais cedo do que se previa. O Fed também rebaixou o crescimento do PIB em 2021 de 7% para 5,9%, uma enorme queda desde a reunião de junho. O banco elevou a previsão de alta para 2022 de 3,3% para 3,8%, o que não compensa o crescimento perdido em 2021.
Para que ocorra qualquer valorização do real dependerá da trajetória de inflação, agenda fiscal e retomada econômica, com necessidade de comprometimento com o teto de gastos.