Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com. Publicado originalmente em inglês em 29/04/2021
- Dogecoin nasceu de uma piada
- Elon Musk tem grande afinidade pelo DOGE
- Capitalização de mercado supera US$ 40 bilhões; não é uma piada
- A tendência é sua amiga
- Especulação voraz pode ser sinal de topo temporário
O movimento parabólico nas criptomoedas continua fazendo muitos tokens subir. As duas principais moedas digitais, bitcoin e ethereum, atingiram recentemente novas máximas. O bitcoin alcançou US$ 65.520 em 15 de abril, e o ethereum, US$ 2763, no dia 28 do mesmo mês.
CONFIRA: Cotação de mais de 5 mil criptomoedas
Segundo as últimas estimativas, a classe de ativos tinha no total 9478 tokens com uma capitalização de mercado um pouco acima de US$ 2,1 trilhões. As duas moedas líderes respondiam por 64% desse valor. Os outros 9476 tokens ficavam com os 36% restantes. Apenas oito criptomoedas têm valores de mercado superiores a US$ 30 bilhões.
No sétimo lugar está o Dogecoin (DOGE), token que nasceu de uma piada. O DOGE disparou recentemente para mais de 40 centavos de dólar por token. No dia 28 de abril, estava no patamar de 32,5 centavos, com uma capitalização de mais de US$ 42 bilhões, longe de ser uma piada na classe de ativos.
Dogecoin nasceu de uma piada
O dogecoin é uma criptomoeda inventada pelos engenheiros de software Billy Markus e Jackson Palmer. A dupla criou um sistema de pagamentos que é instantâneo, divertido e livre das taxas bancárias tradicionais. O logo do dogecoin apresenta a cara de um cão Shiba Inu do meme “Doge”.
O dogecoin entrou para a cena das criptomoedas em dezembro de 2013 durante o pico do primeiro rali do bitcoin. Os fundadores consideravam sua invenção com uma piada, pois queriam criar uma cripto divertida e sem pretensões que fosse barata o bastante para atrair o mercado mais amplo.
O dogecoin é praticamente uma cópia do litecoin que, por sua vez, foi adaptado do bitcoin. Os fundadores lançaram a moeda para zombar de todas as altcoins malucas que estavam entrando no mercado.
Cada token custava, naquele momento, uma fração de um centavo. Os fãs do dogecoin, ou “shibes” no fórum do Reddit, começaram a recompensar uns aos outros por comentários engraçados usando dogecoin.
Elon Musk tem grande afinidade pelo DOGE
O CEO da Tesla, Elon Musk, tem se mostrado um grande fã do dogecoin nos últimos meses. Em 1 de abril, ele tuitou: “SpaceX irá colocar literalmente um dogecoin na lua”. Em fevereiro, ele publicou: “Doge” e logo depois: “O dogecoin é a cripto do povo.” O talento de Elon Musk em fazer do engenheiro nerd a nova sensação fez os preços do dogecoin subir 50% após o tuíte.
Musk não é o único grande apoiador do dogecoin. Não é de surpreender que a criptomoeda tenha chamado a atenção do rapper Snoop Dogg, que colocou um “Snoop Doge” Shiba Inu na capa do seu álbum. Além disso, o ex-baixista do KISS, Gene Simmons, adotou o apelido de “Deus do dogecoin”.
Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks que joga na NBA, destacou o dogecoin em um episódio recente do programa de Ellen DeGeneres, sugerindo que o time estava aceitando o dogecoin como forma de pagamento de produtos promocionais.
A altcoin que nasceu de uma piada se beneficiou de um tsunami de endossos públicos positivos feitos por celebridades.
Capitalização de mercado supera US$ 40 bilhões; não é uma piada
As dez principais criptomoedas têm valores de mercado superiores a US$ 18 bilhões. Esse seleto grupo representa menos de 0,11% do número total de tokens em circulação no ciberespaço.
O dogecoin faz parte desse grupo estimado. Em 28 de abril, era negociado a mais de 32 centavos, com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 40 bilhões.
Fonte de todos os gráficos: CoinMarketCap
O gráfico mostra que, em novembro de 2020, um dogecoin valia menos que 0,3 centavos de dólar. O preço recentemente atingiu a máxima de mais de 40 centavos.
O gráfico de curto prazo no último mês mestra um padrão de topos e fundos ascendentes no dogecoin.
A tendência é sua amiga
A tendência é sempre sua melhor amiga em qualquer mercado. A tendência de alta impulsionada por celebridades no dogecoin, juntamente com uma tendência parabólica em todo o mercado de criptomoedas, tem sido uma poderosa força.
O apoio de Elon Musk ao dogecoin pode ter um pouco de zombaria, mas ele já colocou dinheiro naquilo que defende, principalmente quando o assunto é criptomoedas. No início deste ano, a Tesla (NASDAQ:TSLA), empresa fundada e dirigida por Musk, investiu US$ 1,5 bilhão em bitcoins e começou a aceitar a criptomoeda como forma de pagamento por seus produtos.
Recentemente, a fabricante de veículos elétricos vendeu parte das suas posições na cripto para impulsionar seu lucro no 1º tri e como um teste de liquidez do mercado. Tenho certeza de que a segunda pessoa mais rica do planeta, com um patrimônio de mais de US$ 150 bilhões, detém um pouco de dogecoins.
Especulação voraz pode ser sinal de topo temporário
Depois que o bitcoin saiu de 6 centavos para mais de US$ 65.000, os participantes do mercado não à caça do próximo token capaz de render-lhes uma fortuna. Grande parte dos mais de 9400 tokens são bilhetes de loteria que acabarão acumulando pó em carteiras eletrônicas. Mesmo assim, sempre existe a chance de que alguns sejam diamantes em bruto capazes de entregar retornos espetaculares como o bitcoin aos investidores de criptos.
O dogecoin pode ter nascido de uma piada, mas sua capitalização de mercado de US$ 40 bilhões faz com que seja um importante player na classe de ativos. Cada dogecoin a 40 centavos vale mais que seis vezes o que o bitcoin custava em 2010.
Ao mesmo tempo, a especulação voraz costuma criar bolhas que eventualmente explodem. Provavelmente veremos uma forte volatilidade de preços na classe de ativos, já que existem poucos mercados, para não dizer nenhum, capazes de gerar retornos como as criptomoedas ao longo da vida. Contudo, ao nível de US$ 2 trilhões, a capitalização de toda a classe de ativos continua abaixo do valor de mercado da Apple (NASDAQ:AAPL), o que mostra que há muito mais espaço para crescer.
O dogecoin não é mais uma piada.