Você deve ter lido diferentes anúncios de empresas que vão distribuir proventos a seus acionistas este ano, referentes ao resultado de 2021.
Para refrescar sua memória, no setor de petróleo, gás e derivados, a Petrobras (SA:PETR4) vai pagar 101,4 bilhões de reais este ano; no setor de telecomunicações, a Vivo (SA:VIVT3) aprovou 6,26 bilhões de reais em dividendos; no setor elétrico, a Taesa (SA:TAEE11) vai distribuir 1,789 bilhão de reais, e no setor de varejo, a Magazine Luiza (SA:MGLU3) (MLGU3) anunciou um valor estimado de 100 milhões de reais.
Olhando para as empresas listadas na B3 (SA:B3SA3), no ano passado, 52,39 por cento anunciaram a distribuição dos seus lucros líquidos na forma de dividendos e juros sobre capital próprio, segundo levantamento feito pela consultora MZ Group a pedido do InfoMoney.
A proporção foi superior a 2020, quando distribuíram 44,6 por cento do lucro líquido para remunerar os acionistas.
CONFIRA: Calendário de dividendos do Investing.com
Setores que mais contribuíram com a alta
Para o estudo, os setores que mais contribuíram para a alta foram o de petróleo e gás (+862 por cento em 2021), puxados por empresas como Petrobras (PETR4), Cosan (SA:CSAN3), Unipar (SA:UNIP3; UNIP6) e Enauta (SA:ENAT3), seguidos pelo setor de mineração (salto de +341 por cento), impulsionado por Vale (SA:VALE3), Gerdau (SA:GGBR4), CSN (SA:CSNA3), Usiminas (SA:USIM5) e CSN Mineração (SA:CMIN3).
O estudo considerou 272 empresas, dentre aquelas com maior volume negociado, e as propostas sobre a destinação de recursos enviadas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) durante a temporada de balanços de 2021, encerrada no dia 31 de março.
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Perspectivas de proventos em 2022
As empresas ligadas a commodities, especialmente as petrolíferas, podem distribuir proventos maiores em 2022, pois estão com uma geração de caixa muito forte dado o patamar atual do petróleo.
O setor financeiro também deve apresentar dividendos maiores com o fim da pandemia e a alta dos juros.
Por fim, algumas empresas do setor elétrico podem surpreender com bons dividendos, dada a melhora do cenário hidrológico.
Como identificar um bom potencial de pagamento?
Mesmo que você não invista de olho nos dividendos, convenhamos que esse não deixa de ser um atrativo em renda variável.
Antes de escolher uma empresa que vai te pagar dividendos, analise os fundamentos, o preço e o retorno com os dividendos. Entenda tudo sobre o negócio, como ganham dinheiro, quais as principais oportunidades e riscos no mercado de atuação, como os resultados (e os dividendos) se comportaram ao longo do tempo.
Somado a isso, você tem que saber o quanto está pagando por aquele negócio (é importante sempre buscar investimentos a bons preços, que te ofereçam margem de segurança) e o que ele pode te entregar daqui pra frente em termos de retorno com dividendos. Em resumo, comprar boas empresas, a bons preços e que paguem bons dividendos.
Dividendos para retiradas mensais?
Se você depende de um volume de retiradas relevantes no mês a mês, é importante que você tenha uma parte da sua carteira em liquidez. Algumas opções em renda fixa servem bem com essa finalidade, como os CDBs de boas instituições com liquidez diária ou Tesouro Selic. É um dinheiro de curto prazo...
Agora, quando olhamos para ações, um investimento de longo prazo, não recomendamos que o recurso seja destinado para essa finalidade. Você não compra uma ação pensando que vai precisar daquele dinheiro daqui 1 mês ou 3 meses... Tem que ser justamente aquela parte da sua carteira que você sabe que não vai precisar do dinheiro no curto prazo.
É claro que você pode usar os proventos que recebe para fazer frente às suas despesas e gastos mensais, mas reinvestir é sempre melhor pensando no efeito bola de neve para acumular patrimônio e receber mais e mais.
Quanto investir para uma renda passiva de 1 mil a 4 mil por mês?
Para ajudar investidores que buscam uma renda passiva de 1 mil a mais de 4 mil por mês, calculamos quanto é necessário investir começando com 10 mil reais.
Investindo 1 mil reais, todos os meses, a uma rentabilidade de +12 por cento ao ano — rendimento da bolsa a longo prazo —, você terá:
- Daqui a 10 anos seu capital total será de 284.781 mil reais, aplicado a um Yield de 8 por cento, gera 1.899 reais por mês de renda passiva.
- Daqui a 15 anos seu capital total será de 615.471 mil reais, aplicado a um Yield de 8 por cento, gera 4.103 reais por mês de renda passiva.
Nada mais poderoso do que aportes periódicos e tempo jogando a seu favor — por isso, não recomendamos usar os proventos recebidos num curto espaço de tempo.