Publicado originalmente em inglês em 12/11/2020
- Resultados do 4T20 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 12 de novembro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 14,15B;
- Expectativa de lucro por ação: -US$ 0,73.
Diante da poderosa recuperação das ações da Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34) desde a mínima de março, é fácil perceber que os investidores já começaram a se antecipar a um retorno à vida normal nos parques temáticos, cinemas e cruzeiros dessa gigante do entretenimento.
Depois que seus papéis afundaram mais de 40% com o alastramento da pandemia de coronavírus, as ações da Disney saltaram quase 61% até o fechamento de ontem, a US$ 137,82. Essa forte e gradual recuperação claramente mostra que os investidores não veem um dano permanente nos negócios que geram caixa para a Disney após a pandemia ter prejudicado grande parte do seu lucro operacional.
Será que esse nível de confiança é justificado, já que ainda estamos em meio a uma letal crise sanitária de proporções mundiais? Os investidores poderão conferir em primeira mão os resultados e ter uma resposta atualizada a essa pergunta quando a empresa sediada em Burbank, Califórnia, divulgar seu relatório do quarto trimestre e suas projeções para seu próximo ano fiscal.
Contudo, ao analisar a situação financeira atual da companhia, há poucas razões para se animar. A Disney continua sofrendo com a pandemia de covid-19. Seus parques e segmentos de entretenimento em estúdio continuam registrando fortes perdas. A pandemia também forçou a companhia a demitir 28.000 colaboradores de seus parques, remover experiências e eliminar divisões de produtos de consumo no fim de setembro.
Impacto no lucro operacional
O lucro operacional, que normalmente é impulsionado pelos parques temáticos e redes de TV a cabo da companhia, como a ESPN, afundou 98% nos três meses até 27 de junho, em relação ao ano passado. No trimestre encerrado em 30 de setembro, os analistas esperam que a companhia registre um prejuízo de US$ 0,73 por ação sobre vendas de US$ 14,15 bilhões.
Mas tudo isso já é história. Para fazer uma transição de sucesso para outro mundo pós-pandemia, a Disney está rapidamente ajustando suas prioridades, e os investidores estão se animando com a nova direção da companhia. No mês passado, a Casa do Mickey Mouse anunciou uma grande reorganização das suas operações, a fim de mudar o foco para seu recém-lançado serviço de streaming Disney+.
Essa gigante do entretenimento mundial está colocando suas redes de TV, estúdios cinematográficos e divisões de serviços diretos ao consumidor sob os auspícios do seu segmento de Mídia e Entreteninmento. Os diretores de conteúdo continuarão supervisionando seus negócios, mas também poderão escolher diretamente quais filmes e programas de TV irão para o ar na programação crescente de serviços de streaming da Disney.
Os maiores acionistas da Disney, como Dan Loeb, da Third Point, viram com bons olhos a nova direção da companhia, que prioriza a área de streaming. “Foi muito bom saber que a Disney está focando na mesma oportunidade que nos fez ser seus acionistas entusiasmados”, afirmou Loeb em declaração por e-mail citada pela Bloomberg News.
O ambiente do “fique em casa” em todo o mundo deu um impulso para o serviço de streaming Disney+, que está crescendo e se tornando uma ameaça para outros players da indústria. A Disney já atraiu mais de 60 milhões de usuários em cerca de nove meses, um marco que a Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) levou oito anos para alcançar.
Resumo
As maiores unidades geradoras de receita da Disney estão sofrendo grande pressão devido à pandemia, e não há um atalho de volta para a normalidade. Dito isso, a pandemia de coronavírus acelerou a mudança para o entretenimento por streaming em casa, e a Disney parece estar em uma posição privilegiada para se beneficiar.