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Disney divulga resultados trimestrais com foco nas perdas de assinantes.
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A empresa de entretenimento enfrenta desafios com o aumento de preços de seus serviços de streaming, mas espera melhorar o LPA e a receita em 10% neste trimestre.
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A ação da Disney atingiu os níveis mais baixos da pandemia recentemente, e o balanço e os comentários da administração na teleconferência serão decisivos para uma recuperação
A Walt Disney Company (NYSE:DIS) está na mira dos investidores, pois a gigante do entretenimento se prepara para apresentar seus últimos resultados financeiros trimestrais após o fechamento do mercado de hoje.
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No balanço anterior, divulgado em agosto, a empresa sediada em Burbank, Califórnia, conseguiu superar as expectativas em lucro por ação (LPA), mas ficou um pouco abaixo na receita trimestral, mostrando um desempenho misto.
O negócio de transmissão da DIS, que inclui os serviços de streaming Disney+, Hulu e ESPN+, tem sido uma fonte de preocupação para os analistas, que esperam ver perdas de assinantes devido aos recentes aumentos de preços. A empresa também enfrenta uma forte concorrência de outras plataformas de streaming, como Netflix (NASDAQ:NFLX), Amazon (NASDAQ:AMZN) Prime Video e HBO Max.
Uma pesquisa realizada pelo InvestingPro revela que, nos últimos três meses, quatorze analistas revisaram para baixo suas expectativas tanto para o LPA quanto para a receita. Em contraste, apenas três analistas elevaram suas projeções.
Fonte: InvestingPro
Embora alguns analistas apresentem uma perspectiva pessimista para os resultados do último trimestre da Disney, é importante considerar a atual negatividade como uma fase potencialmente passageira, especialmente ao se concentrar nas previsões futuras. Na verdade, há uma estimativa de que o lucro por ação (LPA) da Disney possa aumentar para cerca de US$ 1 até o final do ano, mostrando uma mudança otimista.
As projeções também indicam que as expectativas de receita para o trimestre atual estão atualmente em US$ 24,2 bilhões, marcando um aumento de 10%. Um dos fatores que contribuem para essa melhora na perspectiva é o desempenho robusto da empresa nos parques temáticos internacionais, que se recuperaram após as restrições da pandemia.
Fonte: InvestingPro
As previsões de preço para as ações da DIS com base em um período de 12 meses refletem o potencial de alta da ação de quase 30%. Embora os analistas ofereçam uma revisão para baixo para o 4º trimestre, eles preveem um aumento de valor de quase 25% em relação ao nível atual em um período de um ano. A análise de valor justo do InvestingPro também calcula que a DIS pode subir até US$ 109 no curto prazo em 12 modelos financeiros.
Fonte: InvestingPro
Analisando o gráfico de preços da DIS, é evidente que a ação segue uma trajetória de baixa desde março de 2021. Apesar de alguns breves períodos de movimento de alta no início do ano, a DIS manteve sua tendência de baixa geral, atingindo uma mínima de US$ 79 em outubro. Na véspera do relatório de resultados, a ação vem sendo negociada em torno da faixa de US$ 84, refletindo uma queda de quase 10% desde o início do ano.
Perda de assinantes após reajuste de preços
A empresa de entretenimento divulga hoje seu balanço, com atenção especial ao número de assinantes de suas plataformas digitais. Com a queda na demanda, a empresa optou por aumentar os preços junto com as concorrentes para elevar a receita por assinante. Ainda que isso possa elevar o faturamento, também gera incerteza, ao trazer o risco de agravar a perda de assinantes da empresa.
No início deste ano, o CEO, Bob Iger, prometeu tornar o negócio de transmissão da Disney lucrativo. Além disso, enquanto a empresa continua a enfrentar dificuldades em canais de televisão, como Disney Channel, ESPN e ABC, os esforços de Iger para encontrar potenciais investidores estratégicos para a ESPN e a decisão de comprar o restante das ações da Hulu provavelmente serão os pontos que se destacarão na declaração a ser feita após o relatório de lucros.
Entre os indicadores financeiros importantes da Disney antes do relatório de resultados, vê-se que a receita se manteve acima de US$ 20 bilhões em base trimestral no último período de um ano. Mas, a tendência de baixa no crescimento da receita é um sinal de alerta. Enquanto a tendência de alta nos custos continua a pressionar o lucro bruto, a margem de lucro bruto oscila entre 30%-35%.
Fonte: InvestingPro
Outro fator negativo para a Disney foi a forte queda na receita operacional no trimestre anterior, enquanto as despesas operacionais aumentaram. Dentro de todas essas negatividades, vimos que o lucro líquido, que tem sido baixo há muito tempo, se transformou em prejuízo no último trimestre.
Fonte: InvestingPro
Enquanto a Disney passa por um período de incerteza e fundamentos negativos, alguns aspectos positivos na visão resumida através do InvestingPro são o aumento do dividendo da empresa por 10 anos consecutivos e o aumento dos parques temáticos.
Além disso, se resumirmos os aspectos negativos, temos: a revisão negativa dos analistas para o relatório de resultados, a queda recente no crescimento da receita, a continuidade do nível médio de dívida e a alta relação preço/lucro.
À luz dos últimos dados financeiros, podemos ver que a situação financeira da Disney está abaixo da média.
Portanto, embora as ações da Disney possam parecer subvalorizadas no momento, já que atingem mínimas históricas, o futuro da empresa permanece incerto em meio a tempos desafiadores. A forte concorrência no âmbito digital pode não ser suficiente para melhorar a rentabilidade, mesmo com os aumentos de preços das assinaturas. Além disso, a forma como a administração da empresa lida com a alocação de ativos aumenta essa incerteza.
Considerando esses fatores, os investidores podem optar por esperar até que a Disney alcance uma rentabilidade consistente em seu negócio de transmissão e consiga colocar seu segmento de rede linear de volta aos trilhos.
Perspectiva Técnica
No mês passado, a ação despencou para US$ 79, marcando seu nível mais baixo desde março de 2020. Houve tentativas limitadas de compra dessas faixas de preço mais baixas, e o futuro da ação permanece incerto.
Se as declarações feitas após o relatório de lucros conseguirem convencer os investidores, alcançar uma ruptura para chegar à faixa de US$ 90 na etapa inicial poderia ser interpretado como um passo positivo para romper a tendência de baixa de longo prazo.
Posteriormente, a importância dos fechamentos semanais acima da marca de US$ 96 se torna crucial para uma reversão de tendência, e é plausível que a atividade de compra possa se fortalecer além desse limite.
Por outro lado, o aumento da pressão de venda após o balanço pode fazer a ação recuar para cerca de US$ 85, nível de suporte mais próximo. Nesse cenário, é possível que o papel toque novas mínimas abaixo da marca de US$ 80.
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Aviso: este artigo tem fins meramente informativos e não constitui qualquer recomendação de investimento.