- Ações da Walt Disney (NYSE:DIS) (BVMF:DISB34) caíram 36% desde o início do ano
- Os investidores temem que os consumidores cortem os gastos com entretenimento se a economia entrar em uma recessão prolongada
- Apesar desses perigos, é difícil ignorar a força da franquia global da Disney e o poder de geração de caixa de seus negócios legados
A maior empresa de entretenimento do mundo, a Walt Disney, sofreu uma severa surra em meio à desaceleração do mercado deste ano. As ações da gigante de Burbank, Califórnia, caíram 36% nos últimos 12 meses, abaixo do índice de referência S&P 500 por uma ampla margem.
Há sinais crescentes de que a Disney está lutando com seu serviço de streaming de vídeo, que se tornou a peça central da estratégia de crescimento do CEO Bob Chapek desde seu lançamento há quase dois anos.
Durante seu último relatório de ganhos, a diretora financeira Christine McCarthy cortou a previsão de crescimento para o Disney+, dizendo que agora espera uma faixa total de 215-245 milhões de assinantes até setembro de 2024, abaixo da previsão anterior da empresa de 230-260 milhões de assinantes.
A empresa também aumentou os preços de suas ofertas de streaming e delineou planos para um novo nível suportado por anúncios do Disney +.
Além disso, o relatório deixou claro que a maior parte do atual crescimento de assinantes da Disney virá dos mercados internacionais, onde as margens já são apertadas, especialmente com o dólar norte-americano pairando nas máximas de 20 anos.
A Disney perdeu US$ 1,1 bilhão em seu segmento direto ao consumidor no último trimestre, aumentando em relação ao prejuízo de US$ 293 milhões do ano anterior. Desde que o Disney+ foi lançado no final de 2019, o segmento perdeu mais de US$ 7 bilhões.
Modelo de negócios diversificado
Apesar desses desafios, é difícil ignorar a força da franquia global da Disney e o poder de geração de caixa de seus negócios legados. A empresa sediada em Burbank, na Califórnia, tem um portfólio incomparável de ativos que passaram por muitas recessões e retrações - emergindo cada vez mais fortes.
A evidência mais recente dessa força veio durante a pandemia, quando os parques temáticos, cinemas e resorts da empresa enfrentaram desafios sem precedentes devido a bloqueios globais e pedidos de permanência em casa. Agora que a pandemia ficou para trás, o caixa eletrônico da Disney está de volta aos trilhos, beneficiando-se da forte demanda reprimida.
As vendas da divisão Parks, Experiences and Products, incluindo Disneyland, Walt Disney World e quatro resorts na Europa e Ásia, atingiram US$ 7,4 bilhões no trimestre encerrado em 31 de julho, um valor recorde de 70% em relação ao ano anterior. A divisão registrou lucros de US$ 2,2 bilhões no trimestre, acima dos US$ 356 milhões do ano anterior.
O modelo de negócios diversificado da Disney e a força de sua franquia talvez seja a principal razão pela qual a maioria dos analistas de Wall Street avalia a ação como compra. Em uma pesquisa do Investing.com, cerca de 80% dos analistas classificam as ações da Disney como compra.
Em nota no início deste mês, analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) disseram que veem o segmento de parques da gigante do entretenimento impulsionando a maior parte do fluxo de caixa livre e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Além disso, eles esperam que os ativos de conteúdo da Disney tenham "ganhos abaixo da média e sejam subvalorizados".
Resultado final
As ações da Disney, negociadas mais baixas do que antes da pandemia, oferecem uma proposta atraente de risco-recompensa para investidores de longo prazo. Dado o atual ambiente econômico incerto, é difícil prever o quanto pode cair a partir daqui.
No entanto, não há dúvida de que a Disney é uma grande empresa e suas ações se recuperarão fortemente assim que o mercado atingir o fundo do poço. Por esses motivos, a Disney é uma aposta segura para comprar nesse mercado de baixa, na minha opinião.
Divulgação: No momento em que escrevo, o autor não possui ações da Disney. As opiniões expressas neste artigo são apenas a opinião do autor e não devem ser tomadas como conselhos de investimento.