As diferentes regiões produtoras de soja no Brasil apresentarão, nesta safra, resultados bastante distintos umas das outras. Enquanto os produtores mato-grossenses e goianos têm contado com a contribuição dos fatores climáticos ao longo do plantio e nos estágios iniciais de desenvolvimento, as lavouras sul-mato-grossenses, e gaúchas são as que estão mais expostas aos efeitos do fenômeno La Niña.
MATO-GROSSO DO SUL E RIO GRANDE DO SUL
As perdas já são contabilizadas no Mato Grosso do Sul. Há praticamente um mês sem chuva em algumas regiões do estado, as perdas são irreversíveis, mesmo que o clima contribua de agora em diante. Fontes locais estimam a quebra nestas lavouras entre 20 e 30% do projetado. No Rio Grande do Sul o plantio se aproxima de 80% e as chuvas do último final de semana ajudaram a reduzir o déficit hídrico nos campos de soja. Os preços do produto disponível se mantiveram estáveis tanto no interior do RS quanto no porto de Rio Grande na comparação semanal. Um grande volume de soja da safra 15/16 ainda está armazenado no estado à espera de cotações mais atraentes.
PARANÁ
No Paraná, o Indicador Esalq Paranaguá encerrou novamente a semana cotado acima de R$ 80,00. As condições da grande maioria das lavouras no estado estão satisfatórias e as primeiras ocorrências de frutificação já são registradas. Nesta etapa, chuvas são primordiais para o enchimento dos grãos.
ARGENTINA
Na Argentina ocorre um processo similar ao observado no Brasil. Enquanto as áreas ao norte do país recebem volumes ideais de precipitação e apresentam temperaturas adequadas à evolução do plantio, a província de Buenos Aires sofre com a estiagem. A região produz cerca de 32% do volume de soja do país e deve apresentar novamente quebra na produção desta safra. No panorama nacional o plantio se encontra mais de 8% atrasado em relação ao ano anterior.
WORLD AGRICULTURAL SUPPLY AND DEMAND ESTIMATES AO FINAL DA SEMANA
Com a publicação do Relatório de Estimativas Agrícolas do USDA na sexta-feira (09), o mercado deverá se manter cauteloso em relação aos preços em Chicago. Assim, as oscilações cambiais podem oferecer oportunidades pontuais de negociação ao longo dos próximos dias. Até lá os mercados internacionais devem seguir trabalhando no mesmo ritmo vagaroso da última semana. Para esse relatório a equipe de analistas da Apexsim espera que haja uma redução na projeção de produção e exportações argentinas e um aumento da demanda chinesa e do processamento americano. Existe ainda a possibilidade de uma diminuição da produção brasileira por causa dos efeitos do La Niña, mas é mais provável que o USDA aguarde mais um mês para observar como andará a produtividade no Brasil.