PIB, Aço, Selic e Movimentações no Planalto

Publicado 22.03.2018, 17:39

NOTAS DISSONANTES

Sobretaxa do aço e alumínio. Por enquanto, Brasil, México, Argentina, Austrália, Coréia do Sul, Canadá e UE estão isentos da sobretaxação do aço e do alumínio. Isso deve durar enquanto as negociações estarem em curso. Bomba foi os EUA imporem US$ 60 bilhões nas tarifas de aço para a China. Aqui, com certeza, já temos eclosão de uma guerra comercial.

Corte da Selic. Nenhuma surpresa na decisão do Copom de cortar a Selic, de 6,75% a 6,50%. Estava “precificado” pelo mercado. O que chamou atenção foi a sinalização de que um novo corte deve ser sancionado na reunião do dia 16 de maio. Disse que seria “apropriada uma flexibilização monetária adicional”. Depois daí, a taxa ficaria estacionada nos 6,25%, “salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação no horizonte relevante”. Traduzindo. A economia ainda precisa de estímulos e a inflação segue muito baixa, ainda mais com mais uma ótima safra neste ano, um pouco menor do que à de 2017. Uma boa notícia veio do BACEN ao anunciar quatro coletivas de imprensa ao ano uma semana após a reunião do Copom. É a autoridade monetária tentando aumentar a transparência nos seus comunicados diversos. Quanto mais transparência, menos ruído haverá.

Reunião no ministério do Planejamento. Aconteceu um encontro com mais de 13 integrantes do segundo escalão, da Fazenda, Planejamento, BACEN, BNDES e correlatos, todos para tratar de “assuntos governamentais“. Que raios seria isso? O mercado anda com uma pulga atrás da orelha.

Movimentações de Henrique Meirelles. Vai se configurando o que pretende Meirelles e Michel Temer. Num “pacote de risco” Meirelles sairia do ministério até o dia 7 de abril e testaria sua “viabilidade eleitoral” em três meses. Caso não emplaque não descartaria abrir espaço para Michel Temer se lançar à presidência entre julho e agosto. Mas será que este emplaca? Continuamos céticos. Na “dança das cadeiras” para a Fazenda, três nomes são cogitados: na preferência de Meirelles, o Eduardo Guardia, mas considerado muito “duro”; pelo MDB, indicado por Romero Jucá, Dyogo Oliveira, e Mansueto Almeida correndo por fora.

Projeções do IPEA. O instituto de pesquisa do governo resolveu atualizar suas projeções sobre o que deve acontecer com a economia brasileira neste ano e no próximo.

Sobre o desempenho do PIB neste ano acredita num crescimento bem robusto no primeiro trimestre, contra o anterior, de 1%. Segundo o IPEA, a economia deve manter sua trajetória de recuperação neste início de ano. Contra o mesmo trimestre do ano anterior deve crescer 1,9% e no ano 3%. Pelo lado da demanda, os Investimentos devem liderar, crescendo 4,5% no ano, seguidos pelo Consumo das Famílias, crescendo 3,4%. Na oferta, Serviços deve crescer 2,9% e a Indústria 3,6%. O setor agropecuário, mesmo com a ótima safra prevista neste ano, deve recuar 2,2%, até em função da supersafra do ano passado (base de comparação).

Interessante observar que o início do ano não foi tão promissor com recuo no Monitor de PIB da FGV (-0,3%) e no IBC-Br (-0,5%). Nossa expectativa é que foi apenas um ajuste, não configurando uma tendência para os próximos meses. A economia segue em recuperação, mesmo que lenta.

Para 2019, o IPEA está acreditando num crescimento “mais disseminado” pela economia, na mesma toada deste ano, em torno de 3%. Estas projeções se completam às nossas.

Para o IPEA, a inflação segue em níveis confortáveis neste ano. O IPCA deve fechar em 3,6%, bem abaixo do centro da meta, e 4,25% em 2019. Já a taxa Selic deve recuar a 6,25% na próxima reunião de maio, mas elevada a 7% em 2019, um ponto percentual menor do que o previsto por esta Consultoria e a pesquisa Focus (9%).

Dados da CNI: Produção Industrial, Vendas e Capacidade Instalada. Pelos dados da CNI o indicador de produção industrial veio em 46,5 pontos em fevereiro, abaixo de janeiro (48,4). Já o indicador de utilização de capacidade efetiva versus a usual, considerando a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) do mês, fechou fevereiro a 42,8 pontos, contra 42,5 em janeiro. Já o percentual médio deste UCI passou de 65% para 64%. Cabe observar nestes dados que abaixo dos 50 pontos indica recuo, acima avanço. Isso nos leva a acreditar que talvez as projeções do IPEA, para este ano, estejam otimistas. Vamos aguardar.

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