Não é fácil entender as motivações do mercado ontem para a reação positiva, momentos após uma inflação ao varejo notadamente ruim nos EUA em diversos aspectos, desde o índice cheio, até os núcleos aparados.
Ali, viu-se que sequer a dissolução maciça dos estoques reguladores de petróleo americanos foi suficiente para reduzir o impacto do preço dos combustíveis no país, com transportes registrando alta superior a 60% no diesel.
Para piorar a situação, os EUA não estão conseguindo aproveitar o estranho alívio promovido pelo petróleo no mercado internacional, em meio ao cenário pretensamente recessivo no futuro, dados os aumentos de juros a serem continuados em economias centrais e toda a serie de problemas que o setor enfrenta, devido ao ESG.
Sendo assim, os elementos que sustentam um ritmo pesado de elevação de juros nos EUA estão dados e tem remunerado muito bem o sistema através das taxas em reservas bancárias (3,15%) e das operações de Reverse Repo (3,05%), criando um prejuízo líquido chamado de ativo deferido, uma medida contábil que o Fed procuraria cobrir quando começar a gerar lucro novamente.
O problema é exatamente o Fed estar longe de terminar o aperto monetário, incrementando os custos de ativo deferido e dificultando-o de sair deste prejuízo, assim como ocorre na redução do balance sheet, altamente focado em ativos de hipotecas, as quais estão com custos proibitivos e as perdas do mercado imobiliário e perspectivas recessiva não ajudam em nada.
A estranha reação dos mercados ontem pode estar ligada à uma extensa serie de proteções dos grandes investidores ao possível resultado ruim do CPI, todavia, não explica toda a extensão dos ganhos nas bolsas americanas, as quais não se repetiram no mercado local, puxados pela queda do minério de ferro e influenciando mais especificamente o Real frente ao dólar.
No Reino Unido, o alívio observado nos GILTS de 10 anos e na própria libra estão ligados à possibilidade de recuo hoje de Liz Truss da redução de impostos da ordem de £ 43 bilhões sem contrapartidas, o que levou o mercado de títulos britânico numa ciranda perigosa nos últimos dias.
Na agenda hoje, PMS no Brasil, vendas ao varejo, preços de importados e exportados, estoques e confiança do consumidor nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelos por balanços de CitiGroup, JPMorgan (NYSE:JPM), Morgan Stanley (NYSE:MS) e Wells Fargo (NYSE:WFC).
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados pela estranha reação dos mercados, após o CPI acima das expectativas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com altas no cobre e minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, na perspectiva de redução da demanda chinesa em meio ao início da reunião do Politburo neste domingo.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,06%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2676 / -0,68 %
Euro / Dólar : US$ 0,98 / -0,491%
Dólar / Yen : ¥ 147,62 / 0,387%
Libra / Dólar : US$ 1,13 / -0,627%
Dólar Fut. (1 m) : 5279,50 / -0,31 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,59 % aa (-0,15%)
DI - Janeiro 24: 12,80 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 26: 11,56 % aa (0,48%)
DI - Janeiro 27: 11,55 % aa (0,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4590% / 114.300 pontos
Dow Jones: 2,8341% / 30.039 pontos
Nasdaq: 2,2276% / 10.649 pontos
Nikkei: 3,25% / 27.091 pontos
Hang Seng: 1,21% / 16.588 pontos
ASX 200: 1,75% / 6.759 pontos
ABERTURA
DAX: 0,801% / 12454,53 pontos
CAC 40: 1,298% / 5954,74 pontos
FTSE: 1,168% / 6930,29 pontos
Ibov. Fut.: -0,49% / 115990,00 pontos
S&P Fut.: -0,02% / 3681 pontos
Nasdaq Fut.: -0,704% / 11060,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,42% / 115,51 ptos
Petróleo WTI: -0,92% / $88,29
Petróleo Brent: -0,87% / $93,75
Ouro: -0,72% / $1.657,35
Minério de Ferro: 2,03% / $93,85
Soja: 0,18% / $1.398,75
Milho: -0,39% / $695,50
Café: -0,45% / $201,85
Açúcar: 0,16% / $18,84