Os negócios nos mercados globais demonstram uma alta volatilidade em um dia com agenda econômica importante, horas antes das tarifas comerciais entrarem em vigor pelos Estados Unidos (e imediatamente pela China como retaliação). Os índices acionários da Ásia e da Europa oscilaram entre baixas e altas, enquanto os agentes tentam avaliar os impactos da guerra comercial. A bolsa de Xangai (+0,49%), por exemplo, obteve mínimas que registraram queda de 1,5% e máximas que atingiram aproximadamente 1,5%. Na Europa, as bolsas registravam ganhos, que se tornou em uma queda generalizada após a divulgação do Payroll (9h30). Nos EUA, os futuros sinalizam uma abertura em baixa.
Como destaque do dia, a divulgação mencionada — o Payroll — dá ritmo aos negócios enquanto os agentes digerem as informações mais óbvias e as informações implícitas nos dados. Em junho, houve um acréscimo de 213.000 novos empregos (contra expectativa de 200.000), ante alta de 239.000 em maio. O mercado de trabalho se mostra bastante sólido, e tem tido uma série de divulgações acima do esperado pelo mercado. Veja a série com ajuste sazonal na folha de pagamentos:
Enquanto a variação de empregos foi positiva, a trajetória nos salários desapontou o mercado. O ganho médio por hora trabalhada veio abaixo da expectativa de 2,8% anual, subindo apenas 2,7% em junho (inalterado em relação a maio). Na taxa mensal, houve um aumento de 0,2%, abaixo da expectativa de 0,3%. Também no lado positivo, a taxa de desemprego subiu para 4,0% em junho, após a obtenção de uma taxa de 3,8% em maio:
O Federal Reserve deve se atentar aos dados com cautela, ao mesmo tempo que olha para as tarifas comerciais e seu risco inflacionário. Sendo assim, talvez a desaceleração no crescimento dos salários seja algo bem visto no ponto de vista dos preços, já que a meta de inflação do Fed é simétrica.
Brasil
Em dia de jogo do Brasil, agenda econômica importante e nas vésperas de um evento internacional de extrema importância, o mercado local se alinha ao cenário externo. Com maior precisão, se alinhou aos mercados ocidentais, que são negociados em baixa. O dólar é de alta no mercado local, com máxima de US$ 3,953 e cotação de US$ 3,939.
Na agenda local, o IPCA apresentou alta de 1,26% em junho, 0,86 ponto percentual acima da taxa registrada em maio (0,40%). A taxa acumulada em 12 meses registra aumento de 4,39%. Os grupos de Alimentação e Bebidas (+2,03%), Habitação (+2,48%) e Transportes (+1,58%) sofreram as maiores pressões inflacionárias.