De acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone (NASDAQ:STNE) Varejo, o desempenho de dezembro consolidou uma tendência de crescimento que já havia sido observada em novembro, registrando um aumento de 1,8% no volume de vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar desses resultados positivos nos últimos meses do ano, eles não foram suficientes para compensar as dificuldades enfrentadas pelo varejo nacional no primeiro semestre. Como resultado, houve uma queda acumulada de 1,3% no ano em comparação com 2022.
Acumulado de 2023 fecha abaixo do ano anterior
O ano de 2023 apresentou desafios significativos para o varejo brasileiro, com apenas quatro meses registrando crescimento, ou seja, apenas ⅓ do ano. O primeiro semestre, notadamente enfraquecido, observou um pequeno aumento em janeiro, enquanto os meses subsequentes registraram quedas. Essa tendência persistiu em julho e agosto; embora a alta em setembro tenha animado o setor, outubro trouxe uma nova queda.
Uma parte relevante desses resultados está associada ao cenário macroeconômico do país, que manteve uma política de juros mais restritiva durante a maior parte do ano, somada aos altos índices de endividamento das famílias. Contudo, ao longo do segundo semestre, a conjuntura começou a se transformar. A política monetária foi afrouxada, os dados de emprego apresentaram melhorias e tanto o endividamento quanto a inadimplência começaram a mostrar sinais de recuperação.
Esse processo começou a refletir resultados no varejo em novembro e dezembro, meses crucialmente importantes devido às festividades de Natal e à Black Friday. Ambos apresentaram crescimento, tanto no comparativo anual quanto mensal. No entanto, a sequência de dois meses de expansão no final do ano não foi suficiente para compensar os diversos resultados negativos ao longo do período, resultando no fechamento do varejo brasileiro em 2023 com uma queda acumulada de 1,3% em relação ao ano anterior.
Dentre os segmentos analisados, apenas dois encerraram o ano com resultados acumulados positivos: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram um aumento acumulado de 0,9% no ano, enquanto móveis e eletrodomésticos apresentaram uma alta acumulada de 0,5%. Esses números evidenciam a resiliência desses segmentos, mesmo em meio a um ano com um cenário macroeconômico complicado.
Dezembro consolida tendência de alta, projetando um 2024 melhor para o varejo
Apesar do resultado final negativo em 2023, a consolidação da tendência de alta observada em dezembro é crucial para projetar um início de ano mais promissor para o varejo em 2024. O crescimento nos dois últimos meses do ano destaca a notável capacidade de recuperação do setor, mesmo após um ano predominantemente marcado por resultados negativos.
Como mencionado anteriormente, após oito meses de queda, já era esperado um resultado acumulado desfavorável para o ano. No entanto, a melhoria nos dois últimos meses é animadora, indicando que a evolução do cenário macroeconômico pode estar começando a influenciar positivamente o consumo, o que eleva as expectativas para o setor. Contudo, o segundo semestre de 2023 apresentou resultados bastante voláteis, sugerindo a necessidade de cautela nas projeções futuras. A estabilização do cenário econômico nacional e, principalmente, das métricas de endividamento das famílias é essencial para que a tendência positiva dos últimos meses se mantenha no ano que se inicia.