DESCENTRALIZAÇÃO DO MUNDO
Conceitualizar descentralização é algo que vai contra a nossa intuição e o nosso modus operandi.
Quando pensamos em como mudanças são efetivadas, pensamos logo em "quem manda". Entre governos, empresas e outras autoridades, sempre nos perguntamos quem toma as decisões.
Existem problemas fundamentais nesse modelo de funcionamento de serviços, como uma dependência exagerada de um servidor, a exploração de grupos sem poder de comando e a tomada de decisões viesadas em prol de quem comanda.
Essa dinâmica entre serviço centralizado e usuários subordinados pôde ser exemplificada durante a queda do Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Instagram e WhatsApp neste mês.
É preciso lembrar que o problema vai bem mais a fundo do que não ter acesso aos seus apps mais usados. É preciso lembrar que o Facebook abriga dados de quase 3 bilhões de usuários, muitos dos quais utilizam essa plataforma como fonte de renda.
Quando uma atualização mal feita nos roteadores que coordenam o tráfego de dados entre os data centers foi posta em atividade, os serviços simplesmente deixaram de funcionar durante sete horas.
Esse ponto único de falha não só torna uma comunidade com 36,5% da população mundial demasiadamente dependente do comando de uma autoridade, mas também completamente suscetível às falhas desta.
Além disso, especificamente no ramo de serviços de plataformas digitais, o usuário necessita ceder seus dados e informações à plataforma, que os repassam a terceiros, que, por sua vez, comercializam produtos e serviços a partir dessas bases de dados.
Já em um mundo descentralizado como o da Web 3.0, o usuário tem absoluto controle de seus dados, finanças e conteúdos.
Protocolos descentralizados dão aos usuários a possibilidade de coordenar, comunitariamente, tomadas de decisão de forma transparente e contábil.
Não se trata de uma revolução, de uma transformação imposta a um grupo, e sim de uma evolução, um movimento natural da sociedade em direção a meios mais eficientes de se construir bem-estar.
O mundo rodará em software descentralizado, por ser mais eficiente economicamente, mais inclusivo e mais resistente a falhas do que os sistemas tradicionais.
A nossa missão, como investidores, é fomentar os protocolos que realizam esta missão da melhor forma possível – e lucrar com isso. Nada mais justo.