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Depois de Fed e Copom, Qual Cenário Estamos Enxergando?

Publicado 08.08.2022, 21:26
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Nas últimas três semanas, o mercado acompanhou atentamente as decisões de política monetária tanto nos EUA quanto no Brasil, uma vez que o cenário de inflação alta ainda preocupa mundo afora. Sobre essa discussão, gostaria de comentar alguns pontos importantes a partir do que temos observado diariamente.

O primeiro deles diz respeito às mensagens deixadas pelo Federal Reserve em sua última coletiva de imprensa. De acordo com Jerome Powell, as recentes altas de 75 bps na taxa de juros não devem ser tomadas como usuais e ressaltou que o ajuste mais agudo visto recentemente é algo pontual. Em outras palavras, o presidente do banco central dos EUA sinalizou que na próxima decisão possivelmente veremos uma elevação de taxa mais moderada, algo na casa de 50 bps.

CONFIRA: Projeção da taxa de juros do Federal Reserve nas próximas reuniões

Outra questão importante que merece atenção é a reafirmação da projeção de um encerramento do ciclo de alta da taxa de juros com o FED Funds em torno de 3,75% a.a., algo que foi informado ao mercado na divulgação das projeções do FED na reunião de junho.

Apesar da recessão técnica com dois trimestres seguidos de recuo no PIB, o mercado de trabalho norte-americano ainda não tem dado sinais de forte de desaquecimento, o que afasta o risco de desaceleração abrupto da economia.  

Por outro lado, os resultados negativos da economia dos EUA também não foram considerados pela entidade como sinônimo de recessão. Sobre isso, Powell foi perguntado diversas vezes e destacou que os níveis de emprego continuam altos, bem como a atividade industrial, o consumo e a renda das famílias.

Desta forma, para que o cenário de recessão na economia se confirme, é preciso que os indicadores destacados acima recuem mais, algo que avaliamos que poderia ocorrer em meados de 2023, conforme já destaquei aqui neste espaço anteriormente.

De um modo geral, Powell minimizou a questão de enfraquecimento do PIB, porém, não deixou de destacar alguns setores que têm apresentado uma atividade mais tímida. Segundo o presidente do FED, o número de abertura de vagas pelas empresas saiu dos picos e começou a cair recentemente.

Também foi observada uma diminuição da quantidade de pessoas que pedem demissão de forma voluntária a fim de mudar de emprego. Apesar do patamar elevado, esta taxa perdeu velocidade, assim como indicadores de novas construções e vendas do mercado imobiliário.

Com isso, muitos agentes econômicos têm se questionado sobre a necessidade de um ajuste além do projetado pelo FED. Nosso cenário base é o ciclo de alta de taxa de juros terminando com FED Funds em 4,0% a.a.

No Brasil, o ajuste de 0,50 na Selic era algo esperado pelo mercado e a grande discussão se dá em torno do futuro. Inicialmente, acreditávamos em uma decisão que não fechasse portas para novas altas nas próximas reuniões e foi o que de fato aconteceu.

No entanto, não acredito que o Copom dê uma ideia de que deve seguir com o ciclo de alta além de setembro. Provavelmente teremos elevações de menor magnitude ou até uma pausa já na próxima reunião uma vez que a inflação tem sim pontos desfavoráveis, mas também outros favoráveis.

Os descontos nos impostos de combustíveis, por exemplo, fizeram com que a projeção de do IPCA saísse de 9% para a casa dos 7% no ano. Isto é algo que contribui de forma efetiva para a diminuição do nível de preços uma vez que atinge diversas cadeias dentro da economia e gera um juro real mais alto do que aquele observado anteriormente.

Outro ponto favorável se dá pela atividade do setor de bens, que é impactada diretamente pela política monetária. Com os níveis atuais da taxa Selic, é possível observar uma desaceleração da inflação de bens, como eletrodomésticos, com quedas na margem.

Contudo, ainda há uma certa cautela, especialmente no setor de serviços que trabalha com contratos indexados. Repasses de condomínios e aluguéis, por exemplo, olham para trás nos reajustes e deixam um ponto de atenção, bem como a questão do choque de alimentos decorrentes da guerra, da pandemia e de questões climáticas.

Sobre o futuro, é difícil fazer previsões, mas, sem dúvidas, podemos esperar uma queda na inflação de bens e uma estabilização na parte de serviços uma vez que os efeitos das reaberturas da economia pós pandemia já estão no passado.

Além disso, temos observado os índices do IPCA e do IGP-M acumulado de 12 meses com um início de queda. Com isso, as indexações citadas mais acima ficam menos pressionadas e contribuem para menor inércia inflacionária.

Por último, vale ressaltar que temos uma taxa de juros real bastante alta e isso deve gerar um impacto positivo na redução dos preços ao longo do tempo.

Por isso, o Banco Central do Brasil deve encontrar um patamar confortável para a Selic dados os riscos que temos pela frente. Isto sem deixar de lançar um olhar futuro que avalia o cenário de inflação além dos choques correntes que temos experimentado.

Existem setores da economia que sentem a alta dos juros, como o imobiliário e bens duráveis. Por isso, acreditamos na pausa da taxa Selic em 13,75% a.a. na próxima reunião e a opção por mantê-la nesse patamar por período prolongado para obter a desinflação para as metas.

Bons negócios!

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