O índice Dow Jones não conteve a euforia ontem (13) e encerrou no nível mais alto da história, acima dos 37 mil pontos, após o Federal Reserve indicar cortes na taxa de juros dos Estados Unidos no ano que vem. O Ibovespa foi no embalo e se aproxima de recorde histórico, depois de disparar quase 2,5% e fechar na máxima desde junho de 2021.
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Mas enquanto o Fed animou os ativos de risco pelo mundo, o Copom tratou de frustrar as expectativas de investidores de queda mais profunda da taxa Selic em 2024. E ficou para hoje a reação dos mercados domésticos ao anúncio da decisão de reduzir o juro básico para 11,75%, contratando novos cortes na mesma magnitude dos últimos quatro.
No Banco Central do inovador Roberto Campos Neto, a palavra parcimônia é substituída por moderação. Mas ambas têm sentido semelhante e significam que o Copom será “econômico” nos cortes dos juros básicos. Para bom entendedor, isso quer dizer que o ritmo de queda não será acelerado para 0,75 ponto porcentual (pp).
Fed x Copom
O recado - duro (“hawkish”) - do Copom deve provocar ajustes nos juros futuros, corrigindo as apostas mais ousadas de aumento da velocidade de queda em breve. Essa recomposição de prêmios tende a impactar o dólar e também o Ibovespa. Mas aí os mercados ficam em disputa, divididos entre as forças internas e externas.
Afinal, as bolsas de Nova York continuam animadas nesta manhã pelos eventos do Fed da véspera. A previsão do mercado de queda de cerca de 1pp na taxa de juros nos EUA em 2024 - maior que a projeção do próprio Fed no dot plot - alimenta o apetite por risco pelo mundo, em especial dos gringos pelo retorno mais atraente de ativos emergentes.
Ou seja, enquanto o Copom puxa a bolsa para baixo; o Fed, para cima - e o raciocínio é contrário para o dólar. Mas não é apenas por causa da reação dos mercados no dia seguinte à Super Quarta de decisão de juros que hoje tem cara de Super Quinta.
BCE + BoE
Na Europa, os bancos centrais da Inglaterra (BoE) e da da zona do euro (BCE) fazem seus anúncios de política monetária pela manhã, às 9h e às 10h15. O foco se volta para o que Christine Lagarde (10h45) dirá na entrevista coletiva depois da performance de Jerome Powell ontem, que não mostrou resistência à narrativa de juros mais baixos nos EUA.
O presidente do Fed surpreendeu com uma “virada suave (“dovish”)”, que abriu o debate no mercado sobre quantos cortes nos juros dos EUA haverá no ano que vem. Enquanto os investidores fazem suas apostas, também calibram os investimentos e à exposição ao risco, diante dos sinais de juros mais baixos em 2024 - aqui e no mundo.
Ainda na agenda econômica do dia, saem dados sobre as vendas no varejo brasileiro em outubro (9h) e norte-americano em novembro (10h30). No fim do dia, é a vez do desempenho do comércio varejista chinês, além de números sobre a indústria, os investimentos e o desemprego na China.