Deixemos os Gráficos de Lado, Vamos Falar de Política

Publicado 28.10.2016, 15:31
CL
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IBOV
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Assim como muitos investidores, eu sempre estou atento ao sobe e desce das cotações das empresas que eu sigo na Bovespa. O sobe e desce dos gráficos, a formação de padrões, a leitura e análise de linhas técnicas. Isso tudo faz parte do meu dia a dia e daqueles que decidiram entrar no agitado mercado financeiro. Mas infelizmente, nem tudo está nos gráficos das ações ou tampouco nos seus fundamentos e eventos outliers podem mudar todas as nossas expectativas de um mercado, setor ou até de país inteiro, atrapalhando anos e anos de estudos, planilhas e mais planilhas de Excel e dados e mais séries de dados. Eventos inesperados como o atentado de 11 de Setembro ou zebras como a saída do Reino Unido da União Europeia podem trazer pânico aos mercados e obrigar analistas financeiros a reorganizar todas as suas informações.

E principalmente hoje, em um mundo extremamente interligado, um problema na Grécia se torna um problema aqui no Brasil, que se torna um problema no Iraque, passando por México, Ilhas Canárias e terminando em Istambul. Hoje, não só a economia em si muda nossa percepção de mundo, mas principalmente a política e todos os entraves que a ela estão sujeitos, tendo as ações tomadas por alguns partidos ou políticos desencadeado uma série de problemas estruturais e (por que não?) psicológicos nos agentes de mercado que, em respostas imediatas derrubam ou elevam índices de bolsas inteiros ao redor do mundo trazendo perdas ou oportunidades aos mais atentos e que mantém um olho no caderno de política (principalmente a internacional).

Então deixemos os gráficos de lado e vamos falar de política...

Eu gostaria de chamar a atenção para alguns eventos recentes que poucas pessoas deram importância, mas que podem se tornar grandes problemas no futuro econômico da Europa, Ásia e Estados Unidos, consequentemente respingando por aqui.

Palco de conflitos constantes, o Oriente Médio hoje tem sofrido (apesar da recente melhora) com o Estado Islâmico atacando territórios diversos e espalhando o terror por onde passa. Para combatê-lo, diversos países estrangeiros enviaram forças militares para “ajudar” a guerra ao terror, mas o que todo mundo sabe é que cada governo tem seu próprio interesse em estar ali no meio do conflito. Seja petróleo, seja território ou então, por que não, influência política internacional.

Sobre um evento que vale a pena se debruçar, o recente episódio em questão foi a retomada da cidade iraquiana de Mossul, um importante reduto econômico do país, retomada essa que gerou algum estresse e trocas de indiretas entre os representantes do governo do Iraque e da Turquia. Segundo fontes, o primeiro ministro iraquiano se irritou com o avanço de tropas turcas dentro de seu país por achar que o contingente militar no país está em um nível acima do desejado (é provável que ele esteja temendo um golpe do megalomaníaco presidente turco Recep Tayyip Erdoğan).

E como sempre, as demais potências econômicas e militares do mundo já meteram seu bedelho e começaram a se posicionar cada um de um lado.

Há hoje (mais uma vez) um estresse entre as duas potências do mundo Rússia e Estados Unidos.

Falando da Rússia, o país tem estranhamente aumentado o seu poderio militar nos últimos anos, tendo ele também realizado algumas manobras militares não vistas há tempos. Segundo a força de inteligência norte-americana do Pentágono, foi observado que desde 2014, época do começo do desentendimento entre as duas nações acerca da invasão russa na Ucrânia, o país elevou consideravelmente sua estrutura militar e também desenvolveu áreas novas de ataques cibernéticos e o uso de drones.

Além disso, o Ministério de Defesa russa anunciou que a Rússia e mais um grupo de países da Comunidade de Estados Independentes (CEI) iniciou uma série de treinamentos de defesa antiaérea. A CEI, comunidade de antigos membros da União Soviética, realizou um treinamento de defesa de invasão de espaço aéreo com um contingente de mais de 100 aviões de combate a fim de se preparar para qualquer imprevisto ou ataques de inimigos.

Para piorar, ainda foi anunciado pelo governo russo sua mais nova arma de potência nuclear, o RS-28, apelidado gentilmente de Satã 2 (nome sugestivo, não?). Este novo míssil, segundo autoridades russas, é imperceptível a qualquer sistema antimíssil atual, além de ter um poder de detonação duas mil vezes maior do que as bombas atômicas jogadas sobre o Japão, dando uma capacidade de destruição de uma França Inteira de uma só vez (ou do estado da Bahia, trazendo para dimensões tupiniquins).

Com a retomada de desenvolvimento militar nuclear, alguns noticiários russos (provavelmente mais sensacionalistas) já vêm anunciando o início da terceira guerra mundial, classificando-a como iminente e inevitável, apontando que abrigos antinucleares vêm sendo reativados. E o que pode ser por enquanto mera especulação ganhou certo tom de verdade, quando autoridades russas emitiram um chamado internacional para que figurões oficiais e de alto escalão retornassem ao seu país. No mínimo estranho...

Em resposta e essa movimentação suspeita, a OTAN (leia-se Estados Unidos) afirmaram que não buscam iniciar um novo conflito com a Rússia e sim cooperar com relações construtivas na parte econômica e social. O estranho é que ao mesmo tempo em que falava isso, foram alocados mais de 4.000 militares nas fronteiras do Leste Europeu (principalmente nos países bálticos e Polônia). Quando questionado sobre o número elevado de soldados, o secretário-geral da OTAN afirmou que os soldados ali alocados estavam apenas realizando exercícios militares e que estes tem o objetivo apenas de prevenir qualquer eventualidade.

Por fim, para por mais gasolina na fogueira, uma nova potência pode entrar na briga e tornar a bipolaridade em ‘tripolaridade”. Nessa semana espiões chineses quebraram o sistema norte-americano de inteligência, invadiram e roubaram informações da área de defesa e também planos considerados “top secrets” pelo Pentágono. Nestes planos foram descobertos diversas táticas militares contra possíveis inimigos, dentre eles a própria China, contendo manobras militares, pontos de ataque e etc..

Parece que não só o mundo está esperando uma 3º Guerra Mundial como já está se preparando para ela e isso meus amigos, não está em nenhum gráfico!

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