Pelo segundo mês consecutivo a inflação oficial do país, IPCA, apresentou deflação, a qual foi de 0,36% no comparativo mensal, ante queda de 0,68% no mês anterior. Neste cenário, no acumulado de 12 meses a inflação chega a 8,73% e 4,39% em 2022.
O resultado de hoje leva para novas projeções do IPCA, tanto para 2022 assim como para 2023, nas quais já se aproximam de 6,00% para este ano e para perto do limite da meta no próximo ano, que é de 4,75%.
Fonte: IBGE
Sem dúvida o cenário inflacionário leva a menores pressões no aumento do juros no país, a Selic, ou seja, ainda que a autarquia monetária sinalize cautela quanto à condução da política monetária, o que todo investidor quer saber é o momento do próximo ciclo da Selic.
Neste contexto, a análise que faço é que o fim do ciclo de alta está próximo e possivelmente veremos na próxima reunião do Copom, que ocorre entre os dias 20 e 21 de setembro. Contudo, reforço que a Selic ficará no atual patamar pelo menos nos próximos dois trimestres e saber dessa informação fará muita diferença na sua decisão de investimento.
Inflação, Selic e Investimentos
O cenário futuro vai se tornando benigno para o IPCA, ainda que dados qualitativos, como os núcleos de inflação e a difusão permaneçam pressionados, corroborando para a projeção da Selic no atual patamar por mais tempo.
Neste contexto, com a expectativa de manutenção por um bom período da Selic e o processo de desinflação se consolidando, os investimentos na renda fixa, como títulos públicos e títulos bancários como CDB, LCI e LCA por exemplo, continuarão atrativos em detrimentos dos investimentos mais arriscados, como as ações.
Neste contexto, as oportunidades na renda fixa, especificamente nos pré-fixados e títulos públicos atrelados à inflação de longo prazo são as maiores assimetrias do momento, pois, o atual cenário de fechamento da curva de juros tem ganhado força e esses títulos tendem aumentar seus preços.
Fonte: Contratos futuros DI. Elaborado pela autora
Em outras palavras, o cenário de fechamento da curva de juros levam a aumentos do PU (Preço Único) dos títulos públicos, ou seja, a famosa marcação a mercado já começa a trazer oportunidade de investimento nessa classe de ativos.
Assim, o cenário prospectivo para a economia brasileira tem ficado mais claro e o investidor atento já está aproveitando as oportunidades de investimento que contam com as expectativas de corte da Selic ao longo do próximo ano.