Não é uma novidade que o papel moeda esteja em declínio, incluindo quando falamos do setor de turismo. Ao mesmo tempo, as transações internacionais de Pessoas Físicas (PFs) para o exterior estão aumentando, o que nos faz refletir sobre as novas formas de se fazer um planejamento financeiro ao viajar para fora do território nacional.
Só para colocar em números, os brasileiros enviaram mais dinheiro para outros países no ano passado, superando o patamar do período pré-pandêmico. De acordo com dados do Banco Central, o volume subiu em 2023, chegando a US$ 2,1 bilhões (aproximadamente R$ 10,4 bilhões), o maior da série histórica.
Por outro lado, um estudo interno do Transferbank mostra que a utilização de moeda estrangeira em espécie está perdendo espaço. Ao compararmos o ano de 2022 com 2019, o último antes da pandemia, notamos uma diminuição de 37% nas movimentações, caindo de US$ 6.236 bilhões para US$ 3.911 bilhões. Já em 2023, dando sequência à queda, houve uma nova redução anual de 6%.
Comparando o primeiro semestre do ano passado com o de 2024, a diferença é ainda mais brusca e atinge 27%, caindo de US$ 1.978 bilhões para US$ 1.443 bilhões. Ou seja, há um declínio gradual na compra do dinheiro em espécie para o turismo, que provavelmente chegará à sua quase “extinção” nos próximos três a cinco anos.
Motivos da queda do papel moeda em viagens
Essa mudança não ocorre à toa. O mercado cambial vem passando por uma crescente digitalização financeira, em que há uma grande difusão de alternativas muito melhores do que o papel moeda em espécie para se usar em viagens, seja pela praticidade, eficácia, segurança ou redução de custos.
Um dos exemplos mais evidentes nesse sentido é o cartão de débito de contas internacionais, que traz para o dólar comercial um spread de 2% a 3% e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,1%. Essa é uma opção que não só é mais barata em relação ao dinheiro em espécie, mas também é extremamente versátil, podendo ser usada tanto em lugares turísticos quanto em locais remotos, inclusive para saques em caixas eletrônicos no exterior.
Já no caso do dólar físico utilizado para turismo, o spread varia de 2,5% a 5%, além do imposto de 1,1%. Porém, aqui vale abrir um parênteses para situações de precaução que necessitam desse tipo de recurso. Em localidades mais afastadas, por exemplo, nunca é demais ter algumas notas no bolso para emergências.
Outras opções disponíveis no mercado cambial que também merecem menção são o cartão de crédito internacional e o cartão pré-pago internacional. Nessas alternativas, o spread varia de, respectivamente, 1% a 6% e 1% a 3% para os dólares gastos em atividades turísticas, enquanto o IOF, atualmente, é de 4,38% para ambos os casos.
Novas tendências, novos desafios
Considerando que as soluções de plataformas digitais são relativamente novas, muitos brasileiros que estão planejando viagens para o exterior podem ter dúvidas ou receios. Esse fator deve ser o principal obstáculo da consolidação dessas opções, o que ainda deve dar algum tempo de vida para o dinheiro espécie.
A partir do momento que essas alternativas ganharem mais popularidade e as pessoas estiverem mais informadas sobre as suas funcionalidades e vantagens, a tendência é que a moeda estrangeira em espécie perca força. Isso não é um processo que depende só do boca a boca, mas, sim, de um desenvolvimento acelerado, o qual já estamos observando em empresas que disponibilizam inúmeros benefícios com as contas internacionais.
Hoje, há soluções que geram economia maior nas taxas, oferecendo as melhores cotações do mercado. Muitas delas também contam com aplicativos de fácil usabilidade e possibilitam o envio de dinheiro para qualquer outra conta internacional, além de proporcionarem aos clientes um atendimento totalmente individualizado.
Todos esses pontos provam que não se trata de uma questão de preferência. Vantagens financeiras podem deixar a jornada de qualquer viajante muito mais confortável e, mesmo que não sejam as únicas que importam, podem contribuir demais para essa experiência.