Duas decisões de juros de suma importância, uma dada como certa e a outra de uma reviravolta de curtíssimo prazo.
Ao COPOM, o trabalho está relativamente fácil, em especial devido à situação da atividade econômica, da inflação e das pressões nas curvas de juros.
Continuamos a pontuar a fragilidade em que o país se insere ao retirar o prêmio de risco, em especial ao investidor estrangeiro, dado o cenário de incertezas globais e na aparente falta de efetividade dos cortes de juros no mercado de crédito.
Ainda assim, o corte de 50 bp deve ocorrer, com possível sinal adicional, que pode variar de 25 bp a 50 bp.
O BC deve rever sua posição anterior quanto ao cenário internacional que se mostrava "benigno" e de como isso pode afetar o ciclo de juros no futuro, ainda que haja espaço atualmente. Os movimentos futuros podem demandar maior cautela.
No cenário internacional, a situação é mais complicada. Até sexta-feira passada, era dado como certo o corte de 25 bp pelo Federal Reserve, ainda que uma série de indicadores econômicos mais robustos indicassem ao contrário.
O primeiro choque de realidade foram os ataques às instalações da Aramco, gerando dúvidas sobre o impacto nos custos globais de energia, em uma eventual inflação e do aumento das incertezas no cenário geopolítico internacional, com a guerra comercial inclusa neste contexto.
O segundo choque veio ontem com a operação do Fed de NY para oferecer liquidez ao sistema através da oferta de US$ 75 bi em títulos, onde o funding squeeze chegou ao ponto de reverter a expectativa de corte de juros em alguns momentos, dados os movimentos das taxas.
Aparentemente, os US$ 75 bi deveriam ser suficientes, dadas as estimativas de necessidade de liquidez da ordem de US$ 50 bi, mas as coisas não foram exatamente conforme o planejado, com a operação cancelada devido a “dificuldades técnicas”, que foram rapidamente resolvidas.
Por fim, foi reaberto e o Fed de NY concluiu a operação deve se repetir hoje no mesmo volume.
O objetivo inicial da operação era equilibrar da taxa de juros nos atuais níveis e a recompra foi de US$ 53,150 bi, com US$ 40,850 bi em US Treasuries, com taxas que variaram de 3,25% a 2,10%. Porém no fim, a razão mais concreta deve ser o fato do Fed não querer retomar um Quantitative Easing neste exato momento, lançando mão de uma versão 'light', em meio à gana de Trump pelo financiamento da enorme e crescente dívida americana, que distorce a liquidez do mercado.
A inesperada pressão na taxa assustou muito aos investidores e ninguém sabe ao certo a razão para mudança tão repentina. O resultado dessa operação de repo é que além dos US$ 1,3 tri em "reservas excedentes", o sistema financeiro americano de certa forma escancarou uma necessidade de liquidez de US$ 53 bi que quase paralisou o mercado interbancário.
O certo é que ainda se alimentam as expectativas por mais um corte de juros, mesmo em meio a tantas incertezas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em queda, na expectativa pela reunião do FOMC.
Na Ásia, o fechamento foi misto, também na expectativa pela decisão de juros americana.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata.
O petróleo abre em queda, com a retomada da produção saudita.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,25%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0768 / -0,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,199%
Dólar / Yen : ¥ 108,19 / -0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,280%
Dólar Fut. (1 m) : 4083,35 / -0,26 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,06 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,21 % aa (-1,14%)
DI - Janeiro 23: 6,27 % aa (-1,72%)
DI - Janeiro 25: 6,84 % aa (-1,87%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,9033% / 104.617 pontos
Dow Jones: 0,1255% / 27.111 pontos
Nasdaq: 0,3983% / 8.186 pontos
Nikkei: -0,18% / 21.961 pontos
Hang Seng: -0,13% / 26.754 pontos
ASX 200: -0,20% / 6.682 pontos
ABERTURA
DAX: 0,152% / 12391,40 pontos
CAC 40: 0,141% / 5623,41 pontos
FTSE: 0,047% / 7323,87 pontos
Ibov. Fut.: 0,98% / 104951,00 pontos
S&P Fut.: 0,210% / 3005,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,155% / 7878,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,21% / 79,73 ptos
Petróleo WTI: -1,10% / $58,87
Petróleo Brent:-0,87% / $64,40
Ouro: 0,09% / $1.501,45
Minério de Ferro: -0,36% / $94,03
Soja: -0,58% / $15,38
Milho: 0,34% / $369,75
Café: -3,92% / $96,85
Açúcar: -0,09% / $10,95