As expectativa de decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos dão o tom ao mercado nesta semana, e claro que com um tempero extra pela guerra na Ucrânia.
Ontem o dólar à vista fechou em alta de 1,31%, a R$ 5,1201 na venda. Na máxima, saltou 1,72%, para R$ 5,141, depois de na mínima cair 0,31%, para R$ 5,0381. Muitas realizações de posições, uma pausa no rali das commodities no mundo e um exterior arisco fizeram a moeda dar esse salto. Os investidores pausaram movimentos de vendas depois das quedas recentes. A piora de sinal no exterior - à medida que títulos de renda fixa despencavam com temor de um Banco Central norte-americano mais duro, ao provavelmente subir os juros nesta semana - deu mais fôlego aos comprados.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou ontem, ainda que com pouco impulso. Investidores monitoravam as notícias sobre diálogo entre Rússia e Ucrânia, mas também faziam ajustes antes da decisão do Fed amanhã, com ampla expectativa de elevação dos juros em 25 pontos-base.
Amanhã também tem decisão do Copom e o mercado já precifica a Selic de final de ciclo acima de 13%. Por aqui, há ampla expectativa de que a taxa Selic será elevada em 1 ponto percentual, a 11,75% ao ano, mas o foco estará nas indicações do BC sobre seus próximos passos.
Os juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar o real, já que elevam a atratividade de investimentos no mercado de renda fixa doméstico, mas o Banco Central dos Estados Unidos está prestes a iniciar seu próprio ciclo de aperto monetário, o que pode vir a impulsionar o dólar.
No calendário de hoje, discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.