O dólar fechou a sexta-feira com leve alta ante o real, após operar em queda durante quase toda a sessão, refletindo dados mistos sobre o mercado de trabalho norte-americano, que podem ter reduzido as apostas de um aumento dos juros nos EUA em breve. Perto do fechamento, contudo, declarações de um dirigente do FED podem ter indicado que os juros nos EUA poderiam subir em março, levando a moeda americana a se recuperar e fechar perto da estabilidade.
Os investidores podem seguir atrás de pistas sobre qual será o próximo passo do Federal Reserve em relação à política monetária no país. O Fed não deixou claro, após o término de sua reunião de política monetária, nesta semana, qual poderia ser a trajetória dos aumentos de juros, limitando-se a sugerir que estava no caminho para subir as taxas neste ano.
Apesar de ter havido aumento da contratação, o dado salarial foi pior. O qualitativo dos dados pode ter sido negativo. Apesar de terem sido criadas 227 mil vagas em janeiro, bem acima das 175 mil previstas em pesquisa Reuters, a renda média/hora subiu apenas 0,1 por cento, menos do que o 0,3 por cento estimado. Além disso, a taxa de desemprego também ficou acima do esperado, 4,8 por cento ante 4,7 por cento em pesquisa Reuters, mostrando que mais gente pode ter saído à procura de emprego. O dado divulgado é mais abrangente do que o Relatório Nacional de Emprego da ADP, que na quarta-feira havia impulsionado o dólar ao informar que o setor privado abriu 246 mil empregos em janeiro, muito acima dos 165 mil estimados pelos economistas ouvidos pela Reuters.
Partindo-se para o gráfico, podemos notar como os preços podem estar respeitando o suporte aproximado nos R$ 3,10, pois já estamos no terceiro toque desde agosto de 2016. Outro ponto notório é a tendência de baixa que se desenhou desde as eleições americanas, saindo dos topos na região dos R$ 3,50.
Para os mais otimistas, poderemos ter uma inversão de tendência após o rompimento da resistência nos R$ 3,1550, que poderia abrir espaço para novas subidas até os R$ 3,19 / R$ 3,24. Caso o suporte nos R$ 3,10 seja efetivamente rompido, poderemos ter mais extensões de queda até os R$ 2,90.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)