Dez em cada dez traders já perderam dinheiro em alguma operação realizada. E as estatísticas demonstram que grande parte também fica no prejuízo no longo prazo. Paradoxalmente, aumenta o número de pessoas que decidem ingressar neste mercado em busca de rentabilidade, complemento da renda ou até hobby.
Um exemplo é Lucas Gabriel Assis, de Belo Horizonte (MG). Hoje trader profissional, ele atua por meio de mesa proprietária e está entre os que mais se destacam em rentabilidade, mas nem sempre foi assim. Quando começou, Assis operava conta real, mas foi quebradeira total. Ele perdeu dinheiro, voltou a arriscar e perdeu de novo, pois operava como se fosse um viciado. Só que mercado financeiro não é jogo de sorte. É preciso aprender e Assis hoje diz que os iniciantes do day trade devem obter conhecimento, ter controle emocional e sempre seguir a própria estratégia, pois o mercado é um mar de oportunidades.
Assis é prova de que é possível conseguir consistência e ganhar mais do que perder no day trade. Mas para isso precisou estabelecer um plano de operação antes de se aventurar. As pessoas reclamam das estatísticas que são desfavoráveis ao day trade, mas elas falham ao se jogarem no mercado sem compreender como ele funciona. É preciso estudar a respeito e, com conhecimento, definir uma estratégia de operação.
Para aprender como funciona o mercado e não perder as economias em pouco tempo, o futuro trader profissional precisa de preparo e isso não significa somente seguir as estratégias dos influencers do mercado, que podem até piorar a situação. Veja o relato de Assis sobre o conselho dado por uma influencer que ele seguia. Ele contou que ela explicava que “no gráfico de um minuto, quando as três médias se abrem para baixo, o trader tem de vender sua posição e seguir em frente sem se preocupar com o stop (momento de parar)”. Ele percebeu que adotar a estratégia dela seria bem arriscado. A questão é que a gente tem sim que se preocupar com a hora certa de parar de operar sob o risco de perder muito.
Existem muitas formas de compreender melhor a leitura dos gráficos e como as notícias macroeconômicas vão influenciar o comportamento dos ativos que podem ajudar na formação do trader. O alerta, entretanto, é que o emocional também pesa tanto quanto. O trader não pode se desesperar quando perde e nem se empolgar muito quando ganha. Em ambos os casos, achando que consegue recuperar a perda ou que dá para ganhar muito mais, ele se arrisca além do que devia e, na maioria dos casos, fica sem nada.
Outro ponto que Assis aprendeu na prática foi a importância de lançar mão de um bom gerenciamento de risco. Mais experiente, hoje ele ensina: “o mercado é volátil, imprevisível e requer cuidado”. E é isso mesmo. Então, é preciso ter em mente perguntas como: do total disponível para investimento, qual o percentual máximo de perda eu consigo suportar diariamente? Em outras palavras, em que momento parar de operar e deixar para o dia seguinte é a melhor decisão? Em quantos minicontratos e com quais valores é mais seguro arriscar? Ao definir parâmetros de operação, o trader evita sua própria quebra.
Como última lição aprendida pelo profissional em questão, cito a utilização de mesa proprietária como uma boa escola de aprendizado. Através desta instituição, o trader pode operar com o dinheiro da empresa, que delimita os riscos. Ao final, o ganho é dividido entre o profissional e a mesa, mas o prejuízo fica só com mesa, que preparou o profissional e estabelece os limites de perdas. Se nosso amigo de Minas Gerais tivesse conhecido antes uma mesa proprietária, teria evitado muitas perdas.
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