Bom dia Investidores,
Ontem o Ibovespa recuou 0,66% e fechou aos 104.053 pontos, com um giro financeiro de R$ 14,2 bilhões. Foi a terceira queda consecutiva.
No cenário interno, tivemos uma notícia positiva e outra negativa para a nossa economia, a positiva é que o Senado aprovou o texto-base da reforma da previdência por 56 votos a 19, a ruim é que o Governo sofreu uma grave derrota no destaque do abono salarial, reduzindo a economia de R$ 76,4 bilhões em dez anos. Com isso, a expectativa da economia aos cofres públicos com a reforma da previdência, caiu para R$ 800 bilhões.
Hoje também vamos acompanhar a votação do STF, que devem terminar de julgar hoje o caso que pode levar à anulação de sentenças da Operação Lava Jato. Na semana passada, a Corte formou maioria, por 6 votos a 3, pelo entendimento de que réus delatados devem se manifestar depois dos réus delatores em processos criminais. Porém, para evitar um caos, a Corte pode limitar o efeito desse novo entendimento, considerando apenas daqui pra frente, nos novos julgamentos, desse modo não levaria à anulação de sentenças já proferidas. Tudo pode acontecer.
O cenário externou acabou pesando mais depois que foi informado o PMI industrial do ISM, que despencou para 47,8 pontos em setembro, enquanto o mercado esperava 50,4 pontos. Isso pegou o mercado de surpresa, já que é o pior resultado em uma década, desde junho de 2009, que foi o último mês antes da Grande Recessão. Esses dados derrubaram os mercados e geraram preocupação com uma desaceleração econômica. Alguns analistas já derrubaram a projeção de crescimento do PIB para 2019, após esses dados.
Com esses dados ruins, as ações por aqui não foram bem, com 51 das 68 ações do índice fechando no negativo.
A começar pela Petrobras (SA:PETR4) que caiu 0,15%, acompanhando a queda do preço do barril de petróleo. Enquanto a Vale (SA:VALE3) recuou 0,08%, se mantendo estável. Com o mercado chinês fechado, as ações da Vale perdem liquidez.
Já os bancos tiveram um dia ruim, com o Itaú (SA:ITUB4) caindo 2,26%, o Bradesco (SA:BBDC4) caindo 1,36%, o Santander (SA:SANB11) caindo 0,44%, o Banco do Brasil (SA:BBAS3) caindo 1,19% enquanto o Banco Inter (SA:BIDI4) recuou 2,86%.
As maiores altas do dia foram de Marfrig (SA:MRFG3), que já foi a maior alta de agosto, iniciou setembro subindo 5,72%, Ultrapar (SA:UGPA3) subindo 4,16% e MRV (SA:MRVE3), que despencou em agosto, subiu ontem 1,81%.
Já as maiores quedas foram de Multiplan (SA:MULT3) recuando 2,60%, Braskem (SA:BRKM5) caindo 2,46% e Localiza (SA:RENT3) caindo 2,31%.
O dólar fechou com leve alta de 0,16% a R$ 4,16. A desidratação na reforma da previdência traz desconfiança, o que afeta o valor da moeda, depreciando o real. Por isso qualquer desidratação a mais ou atrasos na reforma podem elevar o valor do dólar. De qualquer modo, o ISM também ajudou a depreciar o valor do dólar, equilibrando assim a cotação e fechando próximo da estabilidade. Já o euro subiu 0,44% a R$ 4,55.
Os DIs fecharam em direções opostas. Os juros mais curtos como o DI jan 2021 subiu de 4,95% para 4,96%, enquanto os juros mais longos atingiram as mínimas, com o DI jan 2025 caiu de 6,67% para 6,64%.
Os títulos do Tesouro Direto fecharam com as taxas estáveis. A NTN-B 2026 subiu de IPCA + 2,76% para IPCA + 2,77%, enquanto a NTN-F 2029 subiu de 6,99% para 7,00%. Já a NTN-B Principal 2024, manteve o seu juro real em 2,60%, assim como a LTN 2022 que se manteve com taxa de 5,54%.
Na agenda hoje teremos o IPC-Fipe às 5hrs, dados de setembro da Fenabrave às 10h30 e fluxo cambial às 14h30.
Indo para os Estados Unidos o dia foi de forte queda, com o Dow Jones caindo 1,28%, S&P500 caindo 1,23% e Nasdaq caindo 1,13%.
Por lá, aumentou muito a pressão para o FED cortar juros na próxima reunião, por conta da preocupação causada pelo PMI divulgado ontem, que foi muito abaixo do esperado. Além disso, o mercado repercute a possibilidade mínima de impeachment de Trump.
Os títulos do Tesouro norte-americano fecharam em queda em todos os vencimentos. A T-bill para 3 meses caiu de 1,87% para 1,83%, a T-Note para 10 anos recuou de 1,67% para 1,63%, enquanto a T-Bond de 30 anos recuou de 2,11% para 2,09%. A queda é reflexo desse aumento da pressão para cortes de juros pelo FED.
Os índices futuros estão com forte queda, indicando uma abertura já em baixa, com o futuro do Dow Jones caindo 0,59%, do S&P500 caindo 0,58% e do Nasdaq caindo 0,70%.
Na agenda por lá teremos os dados do ADP, às 9h15, que deve apontar a criação de 125 mil vagas de emprego no setor privado. Ás 10h45 sai o índice ISM de condições empresarias em NY em setembro. Além disso, dois membros do FED discursam hoje.
Indo para a Europa, as bolsas abriram forte queda, com o Euro Stoxx caindo 1,30%, Frankfurt recuando 1,22%, Paris caindo 1,57% e Londres caindo 1,96%. Por lá Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido vai participar da sessão do Parlamento Britânico e pode trazer uma nova proposta para o Brexit.
Na Ásia, Tóquio fechou com queda de 0,49%, Seul com queda de 1,95% e Hong Kong caindo 0,19%. Já a bolsa de Xangai permanece fechada por conta de feriado.
O preço do barril de petróleo caiu devido as preocupações com a desaceleração econômica, e por consequência, menor demanda pela commodity. O WTI caiu 0,83% à US$ 53,62 e o Brent caiu 0,60% à US$ 58,89.
O OZ1D subiu 1,96%, com investidores buscando abrigo. Já as criptomoedas estão em queda nas últimas 24 horas, com o Bitcoin caindo 0,96%, a Ethereum caindo 1,37% e a Ripple caindo 3,98%.
O IFIX fechou com queda de 0,27%, e teve como maior destaque o FII TRX Edifícios Corporativos (XTED11) com alta de 6,04%, já a maior queda foi do FII Brazilian Graveyard and Death Care Services (CARE11) caindo 7,19%.
Ótima quarta e bons negócios!