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Da Venezuela ao Fed: 6 Tendências do Mercado de Petróleo

Publicado 05.07.2017, 11:39
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Este artigo foi publicado originalmente em inglês no dia 05/07/2017

A temporada de verão começou no Hemisfério Norte. Como de costume, empresas desaceleram e empregados tiram férias e o calor do verão faz a produtividade estagnar. No mundo da negociação no setor de energia, os EUA acabaram de voltar de seu feriado nacional em 4 de julho; empresários da Arábia Saudita voltaram do Eid, o feriado seguinte ao mês do Ramadã; e grande parte do mundo se prepara para o tempo livre durante o verão, especialmente em agosto.

Parece que pouco acontece nos mercados durante os meses do verão, mas ainda há algumas questões que investidores de energia devem manter o foco, mesmo que eles estejam sentados na praia.

1. Turbulência política e econômica na Venezuela:

Protestos contra o governo Maduro continuam, assim como continua a repressão do governo. Venezuelanos continuam a passar fome e a produção de petróleo desacelerou muito.

Atualmente, a Venezuela informa que sua produção oficial é de 1,972 milhão de barris por dia, mas há sérios indicadores de que a companhia petrolífera do país, a PDVSA, não poderá manter esse nível de produção por muito tempo. A economia da Venezuela tem projeção de retração de 5,5% em 2017.

Até o momento, especuladores do petróleo parecem ignorar amplamente a situação na Venezuela. Se algum imprevisto grande acontecer (sabotagem ou greves, por exemplo), isso poderia causar um aumento súbito nos preços do petróleo no mundo todo. Investidores inteligentes continuam a observar importantes notícias da Venezuela (especialmente a iminente assembleia nacional de 30 de junho para reescrever a constituição do país) enquanto desejam o melhor para o povo desse país.

2. Demanda de gasolina no verão:

O verão é sempre a estação mais proeminente em termos de uso de combustível Como o mercado global de petróleo continua a ter dificuldades com o excesso de petróleo disponível e {{elc-75|em estoque}}, a forte demanda de gasolina deste verão ajudaria a elevar os preços do petróleo.

Nos Estados Unidos, onde as pessoas adoram dirigir, uma economia forte geralmente indica que os norte-americanos viajarão através do país de carro para viagens com a família e para destinos turísticos. Atualmente, os norte-americanos possuem grandes esperanças em relação à economia; logo, aguarde norte-americanos viajando muito nesse verão e usando mais gasolina. O México também está aumentando sua importação de gasolina após um incêndio afetar sua principal refinaria de petróleo; logo, aguarde aumento das exportações de gasolina dos EUA para o México, ao menos até a refinaria ser recuperada.

Em algumas partes do mundo, como no Oriente Médio, o petróleo é usado para gerar eletricidade; logo, o consumo sobe quando a temperatura também sobe. Neste ano, o Ramadã ocorreu no mês quente de junho. Quanto mais altas as temperaturas estiverem em julho e agosto, mais petróleo será usado e mais petróleo será produzido na região do Golfo. No entanto, deve-se notar que a Arábia Saudita, um dos maiores consumidores de petróleo para geração de energia, tem passado a usar o gás natural para eletricidade e investidores não devem esperar um aumento tão grande na produção ou no consumo de petróleo como em anos anteriores.

3. Taxas de juros:

Bancos centrais continuam a se reunir durante o verão, com o Federal Reserve dos EUA realizando sua próxima reunião em 25 e 26 de julho. Rumores continuam sobre o estado da economia norte-americana e a possibilidade de aumentos das taxas de juros. O banco central norte-americano é particularmente importante para as negociações de energia porque o preço pelo qual o petróleo é negociado está geralmente atrelado ao dólar. Contudo, a conexão dos mercados de energia com os aumentos das taxas de juros pode contrariar a intuição. Leia este artigo para uma explicação mais detalhada desta relação.

4. Mercado financeiro:

Os mercados acionários, particularmente na Ásia, na Europa e nos EUA, podem ser um bom indicador da desaceleração da produtividade global. Enquanto as ações do setor de tecnologia tiveram um bom desempenho no primeiro semestre de 2017, o Wall Street Journal recentemente relatou que as corretoras com grande negociações no setor na China e em Israel tiveram tendência descendente nos primeiros seis meses de 2017.

Nas últimas semanas, o setor de tecnologia dos EUA viu a volatilidade crescer e, recentemente, ofertas iniciais de ações decepcionantes como da Snap (NYSE:SNAP) e da Blue Apron (NYSE:APRN) fortaleceram os pessimistas do setor. Embora o setor de tecnologia não seja tão influente no de energia, a não ser o fornecimento de energia elétrica e o resfriamento de servidores, uma bolha envolvendo os papéis de tecnologia teria impacto na economia de todo o mundo, inclusive no setor de energia. Investidores que se concentram em energia também vão querer acompanhar a volatilidade e os rumores nesses setores.

5. Nigéria e Líbia

A Líbia e a Nigéria, dois países da OPEP que recentemente tiveram reduções significativas na produção de petróleo devido à violência e à instabilidade política, estão retornando ao mercado. Na Líbia, a produção de petróleo atingiu recentemente um ponto máximo em quatro anos; supostamente, a produção é de 1 milhão de barris por dia. Na Nigéria, a produção de petróleo deve atingir 2 milhões de barris por dia em Agosto. Nenhum desses países está sujeito aos cortes na produção da OPEP; logo, eles continuam a aumentar a produção no futuro próximo.

6. Tensões geopolíticas

Com a elevação das temperaturas, os ânimos parecem pegar fogo. Observe qualquer conflito geopolítico improvável, mas que possa ocorrer.

Na Ásia, a retórica entre o governo dos EUA e o governo da Coreia do Norte está esquentando. Recentemente, a Coreia do Norte enviou de volta aos Estados Unidos um estudante universitário norte-americano que estava preso há mais de um ano. O jovem morreu poucos dias depois de seu retorno devido a uma lesão cerebral sofrida enquanto estava na Coreia do Norte. O governo norte-americano fala abertamente sobre maneiras de dificultar o poder do governo norte-coreano.

Ainda na Ásia, em 2 de julho, um destróier da Marinha norte-americana passou a 12 milhas de uma ilha reivindicada pela China no Mar da China Meridional. A China chamou isso de uma "provocação séria", ficando acima de outras discordâncias recentes entre as duas potências. Um litígio entre os dois países trata da possibilidade da China ter a permissão de tomar o controle das rotas mais movimentadas de transporte marítimo do mundo. Um conflito militar entre a China e os EUA é sempre extremamente improvável porque eles dependem muito um do outro na condição de parceiros comerciais. Contudo, o surgimento de tensão nunca é bom para o humor da economia e eventos repentinos podem causar um aumento súbito nos preços do petróleo.

Um terceiro grande local de conflito na Ásia é o Iraque, onde o Estado Islâmico parece estar ficando mais fraco e os curdos preparam uma decisão em setembro se devem ou não declarar independência. Caso eles consigam a independência, provavelmente levarão com eles 20% das reservas de petróleo do Iraque, o que faria com que a possível inclusão do Curdistão na OPEP pudesse ser uma necessidade para manter algum controle sobre os mercados de petróleo.

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