Dólar de Novo nos R$ 3,10 – Análise USD/BRL 19/4/17
O dólar recuou no início desta semana em queda aproximada de 1,34%, aproximando-se novamente da região dos R$ 3,10, depois que o Banco Central sinalizou que irá rolar integralmente o vencimento de swap cambial tradicional (equivalente à venda futura da moeda) de maio. A decisão do BC é vista pelo mercado como um movimento de precaução frente às tensões geopolíticas e ao conturbado momento político do país.
Nesta semana, os investidores podem operar de olho nos próximos passos da votação da reforma da Previdência, vista como um teste de forças do governo Temer, ao mesmo tempo que surgem novas detalhes do pagamento de propinas pela Odebrecht a políticos do alto escalão do governo.
Nestes dias entre feriados, alerta para quem pode esperar um mercado menos volátil. Hoje à tarde teremos a divulgação do Livro Bege, que nada mais é do que um relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Reserva Federal, cobrindo todo o território dos EUA. Pode oferecer uma visão da evolução econômica e os desafios dos EUA. É apresentado 8 vezes por ano, duas semanas antes de cada reunião do FOMC. Este relatório é utilizado pelo FOMC em sua decisão sobre as taxas de juro de curto prazo.
Partindo-se para o nosso gráfico, notamos como a paridade USD/BRL encontra-se numa faixa lateral de negociação ao longo de 2017, tendo o nível em 3.0350 como suporte e a resistência em 3.1925. O ponto comentado dos 3,10 segue como um “divisor de águas” neste primeiro semestre.
Baseando-se no cenário fundamental, onde os EUA já apontaram que poderão elevar mais duas vezes seus juros ainda este ano, levando-se em conta o aquecimento econômico do país e as baixas taxas de desemprego e associando ao conturbado cenário político brasileiro, poderemos ter o interesse da força compradora, que poderá se acentuar ao romper a resistência nos 3.1925, com possíveis extensões até o próximo nível em 3.3200. Caso contrário, se o dólar persistir seu caminho de desvalorização, apoiado pelas atuações do Banco Central do Brasil, a ponto de romper o suporte nos 3.0350, poderemos ter mais quedas até os 2,90.
Vamos acompanhar os próximos dias, principalmente com o desenrolar dos eventos militares americanos, com atuações na Síria, ameaças na Coreia do Norte e bombardeios frente ao Estado Islâmico. Já em território nacional, segue em foco o desmembramento de novas fases da Lava Jato, com os depoimentos dos executivos da Odebrecht “tocando fogo” em Brasília.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)