O nosso mercado de câmbio operava, após uma fase de volatilidade mais intensa causada por fatores internos, focando a busca de um preço de equilíbrio para a moeda americana, fundamental para a dinamização dos negócios da nossa economia nos setores dependentes , mas surgiu intempestivamente forte pressão externa de valorização do dólar que acabou determinando uma correção relevante no preço das moedas emergentes e mais moderada nas demais moedas.
A depreciação do real frente ao dólar ultrapassou 1,50% e o preço ficou acima de R$ 3,12, uma das maiores.
O fato foi atribuído à possibilidade do FED americano vir a proceder à alta do juro americano já em sua próxima reunião, o que acentua o movimento de troca das demais moedas por dólares com o objetivo de alcançarem ganhos melhores com a efetivação da alta da rentabilidade dos T-Bills.
Portanto foi um movimento alavancado por expectativas e que provocou movimento comprador de dólares versus todas as demais moedas, com o Dollar Index subindo, e grande parte das moedas emergentes “derretendo”.
O real foi das moedas emergentes que mais se desvalorizaram frente à moeda americana, o que evidencia o quanto o país ainda está frágil.
No exterior também mereceram destaque os números negativos do setor externo chinês que reduziu fortemente em março as exportações e as importações, com destaque maior para a queda nas exportações.
No Brasil o Boletim Focus do BC reproduzindo as medianas das projeções do mercado financeiro para o ano manteve – 1,01% de queda para o PIB, em linha com projeção do FMI; manteve o dólar em R$ 3,25 e apontou melhoras para o IPCA 8,13% e para a produção industrial em – 2,50%.
A grande concentração de demanda pelo dólar no mercado externo foca também a presença de proteção dos recursos afora a questão do juro em perspectiva, visto que o Euro está com a sua capacidade de moeda de reserva de valor desgastada devido aos inúmeros problemas que vem enfrentando a União Européia e a zona do euro mais especificamente.
Este movimento externo, no nosso entender, tirou o preço da moeda americana do ponto mais próximo do equilíbrio que consideramos R$ 3,10, podendo ocorrer o retorno do preço atual à este tão logo se acomode este movimento primário de deslocamentos de recursos para a moeda americana.