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Câmbio: Entre a Fala do Ministro, a Volatilidade e a Realização Lucros

Publicado 24.02.2015, 07:30
USD/BRL
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E depois de tudo o retorno ao ponto em que estava anteriormente!

O Ministro Joaquim Levy procura sempre demonstrar forte convicção nas suas assertivas e esta deve ser a postura do gestor, porém acreditar que tudo ocorrerá da forma posta depende das percepções que o mercado financeiro constrói a partir da realidade e das perspectivas que vislumbra para a economia brasileira.

A afirmativa sobre a tendência declinante das taxas de juros demonstra sua convicção positiva a respeito do impacto positivo do ajuste fiscal sobre as expectativas para o custo do dinheiro.

Afirmou o Ministro “a curva longa dos juros tem sido declinante, mas o comprometimento fiscal vai permitir a queda do juro, durante evento na CCFB Câmara de Comércio França Brasil, em São Paulo.

O dólar fez abruptamente dois movimentos extremos, atingindo a máxima de R$ 2,9038 e depois recuando até ao negativo de R$ 2,8676.

“An passant” o Ministro afirmou que o BC tem agido para reduzir a volatilidade no câmbio.

Na margem, havia a ocorrência do corte de rating da Rússia pela agência de rating Moody´s, o que sempre causa um mal estar nos países emergentes.

Volatilidade intensa no câmbio e nas DI´s parece que era algo que o mercado estava buscando para detonar um movimento pontual e rápido de realização de lucros.

O nível de confiança do mercado ainda está muito baixo e pairam dúvidas se o Ministro terá efetiva liberdade para implementar toda a estratégia estabelecida para a recuperação do país e redirecionamento para o crescimento econômico.

Medidas duras como sugerem a maioria das colocadas pelo Ministro sugerem apoio incondicional do governo, o que é um ponto de dúvida e mais apoio incondicional da base política de sustentação do governo, sabidamente muito fragmentada para que se vislumbre a certeza de que não estará neste ponto o maior entrave aos objetivos

No momento a percepção do mercado é de elevação da taxa de juro e muita incerteza sobre o médio e longo prazo, razão pela qual falta convicção para a crença de que o juro será declinante, ainda mais quando a inflação se demonstra com curva ascendente e ainda há muito o que receber de impacto de inúmeros vetores que vem sofrendo reajustes expressivos.

No câmbio, a menção discreta de que o BC tem agido para reduzir a volatilidade não emite avaliação se satisfatória ou não, e, ao que parece, ainda que se possa admitir uma parcela de especulação no movimento, a compra de hedge vem se intensificando na medida em que fica evidente a carência de ingressos de recursos líquidos em perspectiva..

Então, após a volatilidade o câmbio voltou ao seu perfil atual de tendência de alta e carente de oferta complementar de “hedge” na forma de instrumentos financeiros denominados “swaps cambiais.

Naturalmente, ofertas maiores de swaps cambiais fariam o BC entrar numa zona de desconforto dado o volume acumulado presente no mercado, e isto vai ser evitado ao máximo por parte da autoridade monetária, até porque no momento atual e sua tendência é operação altamente onerosa para o governo.

Dar pouca importância ao desempenho das contas externas é uma forma de não revelar preocupação com algo que efetivamente preocupa e que não tem solução imediata, mas que pode ir além da utilização dos bancos com suas posições vendidas financiamento a carência de financiamento externo, que, em dado momento, poderá exigir que se utilizasse parte das reservas cambiais atuais.

Disponibilizar diretamente reservas cambiais ao mercado de câmbio pode ser uma atitude arriscada e fomentar movimentos especulativos neste momento bastante adverso.

O câmbio precisa efetivamente de fluxos favoráveis de recursos externos, o que não é possível para o país neste momento, até que revele dados recuperatórios sustentáveis.

Os instrumentos disponíveis que o governo dispõe têm limitações quantitativas principalmente, por isso é compreensível que o Ministro busque convencer o mercado financeiro a partir do poder da palavra, como se tivesse pedindo voto de confiança, mas o problema não é o Ministro, mas o contexto geral que ainda não permite que o grau de confiança evolua.

Há excessos no preço da moeda americana neste momento, mas ao que tudo indica é consequência de demanda não atendida por “hedge” no mercado futuro, e o BC está compromissado com o seu programa limitativo a 2.000 contratos de swaps/dia além da rolagem.

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