Aumento no custo de produção pode diminuir a área plantada de soja para esta safra.
No mercado interno a última semana foi de altos e baixos no mercado de soja. Apesar das variações nos preços, poucos negócios foram registrados, pois as cotações estão pouco atrativas e o produtor foca quase toda a sua atenção no plantio da oleaginosa. Em algumas praças de São Paulo as cotações chegaram a se desvalorizar mais de 9% ao longo da semana. Em Ponta Grossa e no porto de Rio Grande houve uma valorização nas cotações, mas de maneira geral os preços no mercado interno acompanharam os movimentos de Chicago.
Na região do Paraná o plantio foi iniciado na última semana. Os produtores estão encerrando a colheita do trigo e já começam a semear os solos. Alguns agricultores esperam as chuvas previstas para esta semana para dar início ao plantio. Em algumas regiões o solo está seco, o que prejudica o plantio. Segundo um levantamento foi pelo Deral (Departamento de Economia Rural) 14% da área a ser plantada já foi semeada. Espera-se que no Paraná 5,245 milhões de hectares estejam destinados ao plantio da soja. Este número é 1% menor em relação ao ano passado. Mas é maior do que o estimado no mês anterior. A expectativa de uma safra sem o fenômeno La Niña voltou a animar os agricultores.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetais (Abiove) estima que o Brasil irá produzir 101,3 milhões de toneladas de soja na safra 2016/17. Na última temporada o volume estimado foi de 96,6 milhões de toneladas. A Abiove está confiante, que o clima colabore, para que o Brasil tenha uma boa safra e que conseguirá competir com os Estados Unidos.
Mas espera-se que para nesta safra haja uma diminuição na área plantada, pois os custos de produção aumentaram muito. Assim, não será surpresa vermos um aumento na área plantada de culturas como o feijão e o milho. Isso pode ser a grande novidade desta safra. Pois com os custos de produção mais altos, o real fortalecido e a grande oferta mundial de soja, poderemos ver muitos produtores migrando para outras culturas atrás de mais rentabilidade. A soja continua sendo um produto de grande retorno, mas para este ano as margens serão menores.
Panorama em Chicago
Nas próximas sessões em Chicago, a tonalidade do mercado deve ser de queda. Com uma previsão de tempo favorável para os próximos seis a dez dias e indicações gráficas baixistas, as negociações de opções em CBOT apontam para cotações em direção a 950, 945 cents por bushel nos próximos dias. O boletim de progresso de safra que será publicado nesta semana deverá mostrar o grande avanço da colheita nos grandes estados produtores do Meio-Oeste e a reta final dos trabalhos em alguns estados do sul dos Estados Unidos.