O confinamento representa a chance do pecuarista entregar animais no momento de menor oferta do ano e, normalmente, maiores preços.
O mercado do boi gordo em 2014 tornou a atividade atraente. Em São Paulo, o maior preço na safra foi de R$126,00/@ à vista. O contrato de novembro na BM&FBovespa chegou a ser precificado acima dos R$131,00/@ no começo de junho.
Apesar desses números, é importante o planejamento.
Os custos subiram. A cotação do boi magro, que representa aproximadamente 70% do custo da operação, subiu. A dieta está mais cara que em 2013. Os custos operacionais aumentaram com a elevação de 6,1% nos preços do óleo diesel e de 6,5% do salário mínimo em um ano.
Diante destas altas, fica claro a necessidade de mensurar o retorno possível do confinamento.
Considerando que cada fazenda possui um custo individual que varia conforme a dieta, preço de hora máquinas e, etc., utilizar a cotação das diárias que os confinamentos cobram para engordar bois de terceiros, é uma boa medida para mensurar de forma genérica o tamanho do resultado que a atividade pode gerar em 2014.
As diárias neste ano estão oscilando entre R$5,50/cabeça/dia, em estados como Mato Grosso e Goiás, grandes produtores de grãos e R$8,50, em São Paulo.
Existem confinadores paulistas oferecendo contratos entre R$7,15 a R$7,50/cabeça/dia.
Neste modelo de parceria, aproximadamente 75% da diária é composto pela dieta. Os custos operacionais, que envolvem custos fixos e variáveis correspondem a 15%. O restante, 10%, são referentes a que sobra para o prestador do serviço.
A compra do boi magro é do cliente.
A partir destes valores é possível fazer exercícios para entender se a alta nos custos dos insumos e do boi magro atrapalharão a atividade.
Resultado
Começando os cálculos pelos extremos.
Utilizando os maiores preços encontrados nos boiteis e o custo do boi magro em São Paulo, a atividade é viável.
O preço de venda da arroba do boi gordo considerado foi de R$129,13, referente ao dia 25/6 para o contrato futuro de novembro.
O resultado obtido foi de R$58,70/cabeça, com uma taxa de retorno do capital investido de 2,57%, em três meses. Aplicações de poupança renderiam no período entre 1,5% e 1,8%.
Usando o valor intermediário de diária encontrada em São Paulo, R$7,50/cabeça/dia, os resultados melhoram significativamente. Veja tabela 1.
Já com os preços do boitel, boi magro e arroba de boi gordo vigentes no Mato Grosso, a receita líquida chega aos R$351,50/cabeça o que gera um retorno de 18,75% sobro o total investido, depois de noventa dias de cocho. Veja tabela 1.
Por fim, tendo parâmetros dos extremos de custo, mesmo com a alta de todos os insumos e do boi magro, o confinamento permite resultado positivo em 2014.
É importante lembrar que a cotação da arroba do boi gordo em São Paulo, R$129,13, está 2,5% maior que o pico obtido na safra.
Custo do confinamento aumenta, porém o resultado é positivo. O confinamento representa a chance do pecuarista entregar animais no momento de menor oferta do ano e, normalmente, maiores preços.