A curva de juros, também conhecida como curva a termo ou yield curve, pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI), sendo assim temos várias curvas de juros (DI2023, 2024... 2031).
Se você conhece a curva de juros, sabe que o prêmio pelo risco tende a ser maior no longo prazo, isso ocorre porque no longo prazo as situações adversas envolvendo a economia são mais imprevisíveis e logo precisam ter um prêmio maior para compensar esse risco, mas o que acontece quando temos um prêmio maior sendo ofertado no curto prazo e um prêmio menor sendo ofertado no longo prazo? Isso é o que chamamos de curva de juros invertida.
Aqui no Brasil, no final do ano passado tivemos a inversão da curva de juros, motivo: furo do teto de gastos fizeram com que as preocupações em relação a parte fiscal do país colocassem em cheque a confiança na nossa economia. Segundo o INFOMONEY (2022) esse evento aconteceu no dia 28/03/2022 na economia considerada a mais estável do planeta, os EUA, pela primeira vez em 16 anos os rendimentos dos treasuries com vencimento em até 5 anos superou os rendimentos dos treasuries com até 30 anos, títulos com prazo até 2 anos também pagavam mais que os papéis com vencimento em até 10 anos.
Historicamente, ainda nos EUA, toda vez que o país passava por uma inversão na curva de juros, logo após vinha um período de recessão, e esse comportamento passou a alertar uma preocupação dos especialistas e economistas, temendo que esse período de recessão pudesse ser replicado por outras economias.
Segundo o boletim Focus e os economistas chefes das grandes instituições financeiras aqui no país, teremos um crescimento significativo da nossa economia em 2022 (no início do ano nosso PIB cresceria em torno de 0,5%, porém agora no segundo semestre, as projeções já apontam para um crescimento de 2,5%) .
Já Erin Browne, gestora de fundos na Pimco (2022), acredita que desta vez esse conceito de inversão das curvas de juros não significa exatamente que uma recessão esteja perto dos nossos países, uma vez que as políticas de afrouxamento na injeção de dinheiro para estimular as economias (compra de títulos públicos nos EUA, por exemplo, programas sociais para conservação do poder de compra de alguns brasileiros na pandemia) pode ter mudado essa dinâmica da curva de juros.
“Há razões para acreditar que, desta vez, a inversão da curva de juros pode não ser um indicador tão bom quanto no passado, principalmente devido ao enorme afrouxamento quantitativo realizada pelos bancos centrais globais”, disse a gestora da Pimco. “O que provavelmente é mais crítico agora é realmente ver o porquê de a curva de juros estar se invertendo e algumas das peculiaridades em torno dessa inversão em relação aos períodos anteriores”, completou.