Apesar do vencimento das opções do contrato Set-20 na última sexta-feira, a semana foi mais calma, com o mercado voltando a normalidade e consolidando abaixo da média móvel dos 200 dias em praticamente todos os vencimentos. A amplitude do mercado ficou na casa dos 500 pontos por dia, com o Set-20 oscilando entre a mínima de 109,70 centavos de dólar por libra-peso na terça-feira e na máxima @ 119,20 centavos de dólar por libra-peso na sexta-feira, terminando a semana cotado @ 114,70 centavos de dólar por libra-peso.
A média do volume diário diminuiu um pouco, porém continuou acima dos 96 mil lotes entre segunda e quinta-feira, e na sexta-feira, com o vencimento das opções o volume foi de “apenas” 61.242 lotes.
Os fundos voltaram a comprar e oficialmente estão comprados em +17.300 lotes (com base nos números publicados na última sexta-feira). Estimamos que os fundos já devam estar comprados acima dos +20.000 lotes em função dos volumes negociados entre quarta e sexta-feira. Novamente a concentração ficou nos 2 primeiros vencimentos, Set-20 e Dez-20, e vemos aqui o perigo!
Origem praticamente já fixou tudo o que tinha contra Set-20 e já fixou muito contra o Dez-20 (estimamos entre 70-80%). Caso os fundos sigam comprando, puxando o mercado para novas altas, as origens/produtores não oferecerão resistência ao mercado. Pelo contrário, caso Dez-20 volte a negociar acima dos 118-120 centavos de dólar por libra-peso poderemos ver as origens/produtores voltando a ter que zerar suas posições para reduzir os eventuais riscos de chamada de margem e a liquidar as operações alavancadas, os famosos acumuladores. Após a consolidação dessa semana, e apesar dos preços estarem favoráveis para os produtores brasileiros, acreditamos que poderemos ver o Dez-20 ir buscar as máximas do ano passado, voltando a negociar entre 140-150 centavos de dólar por libra-peso até o final do ano! E o vencimento Set-21 entre 140-160 centavos de dólar por libra-peso! Se o Real se sustentar acima dos 5,25-5,30 R$/usd, será uma nova oportunidade para os produtores tomarem posições em reais para a safra 21/22 e 22/23!
Desta forma, temos as seguintes sugestões:
– Para os produtores/cooperativas que estiverem com a posição “vendida” nas corretoras, sugerimos realizar imediatamente a fixação das vendas (a troca da posição de futuros com as tradings/clientes de destino final), e assim evitar o risco de chamada de margem.
– Para os que não tiverem a opção acima, e/ou aqueles que estiverem com estruturas alavancadas, sugerimos comprar um call-spread no Dez-20, 125 x 140 centavos de dólar por libra-peso e garantir uma proteção nesse intervalo.
– Se o mercado realmente “rasgar” até o final do ano, seguir monitorando e fazendo as fixações em reais para as safras 21/22 e 22/23!
Ao nosso ver, essa alta no curto prazo continuará sendo “apenas” técnica, pelo apetite dos fundos pois existe o “cheiro de sangue” no mercado, como ocorreu no final de 2019. A safra brasileira segue firme, oferta segue abundante, embarques seguem sem problemas, as condições climáticas seguem positivas ao redor do mundo nos principais países produtores, e a nova safra na América Central prestes a começar a ser colhida.
Como já vimos, da mesma forma que os fundos podem levar o mercado a novas máximas no curto prazo, os fundos também podem fazer o mercado voltar ao patamar dos 100 c/lb se/quando decidirem inverter sua posição de “comprado para vendido”.
Então, CUIDADO!
E como sempre, atenção com as operações alavancadas, com os acumuladores, com as estruturas que “aparecem/desaparecem/dobram”.
Boa semana a todos!