Por Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos
Março de 2020 ficou marcado na história dos mercados financeiros. Foi o pior mês do Ibovespa em mais de 20 anos. A “avalanche” destravada pela pandemia foi muito intensa, rápida e difícil de compreender em um primeiro momento. Foi preciso que os gestores colocassem em prática estratégias de defesa eficazes, mas mesmo assim o estrago foi grande.
Isto foi causado por um componente emocional muito forte gerado pela incerteza, que leva grande parte dos investidores a vender ações baratas e viáveis no longo prazo para “estacionar” os recursos em ativos de baixo retorno, com menor oscilação. Infelizmente, a realidade de curto prazo respalda visões mais pessimistas. A bolsa acumula queda de 36% no ano.
De fato, na situação que vivemos atualmente, com as economias mundiais paralisadas, não há um vencedor óbvio. Todos os setores estão perdendo, uns mais outros menos.
No Brasil, houve uma grande mobilização do governo para dar conta da enorme variedade de demandas de toda sorte que uma crise desta dimensão pode gerar. Os ministérios da Saúde, Economia, Infraestrutura e Congresso puseram de pé, aos trancos e barrancos, um plano para enfrentar a pandemia.
Isto foi feito com certo atraso por conta de disputas políticas, mas entramos em abril com um plano abrangente. Espero que ele seja capaz de amenizar os impactos no sistema de saúde e na economia, ainda que não evite uma recessão e cause deterioração nas contas públicas.
Neste cenário, o investidor deve procurar alocar os seus recursos em ações com convicção, levando em consideração situação patrimonial, modelo de negócios e capacidade da equipe diretiva de cada companhia. Existem muitas oportunidades de investimentos interessantes nos mais diversos setores da economia: mineração, comércio eletrônico, logística, tecnologia, energia, entre outros.
Sem dúvida, empresas sólidas atravessarão este momento difícil da economia e se encontrarão saudáveis e rentáveis quando a recuperação vier.
Bons negócios!