Em meio a toda essa turbulência de plataformas insolventes, exchanges travando saques e depósitos, entre outros problemas, é aconselhável que você tenha conhecimento para que faça sua autocustódia.
Não é só Bitcoinizar uma parte do seu patrimônio!
Diante de acontecimentos como a falta de liquidez e processos de falências dos maiores players do setor centralizado de cripto, muitos estão vendo a importância da autocustódia dos seus ativos.
Sabemos que a UX (experiência do usuário) para guardar os ativos com segurança não é a coisa mais fácil do mundo.
Hoje quero te ajudar a entender alguns conceitos e particularidades da autocustódia em wallets.
Vamos lá…
Normalmente, as exchanges possuem uma interface mais amigável para os usuários, semelhante a uma conta bancária ou uma corretora do mercado tradicional e, na maioria das vezes, requer o KYC do usuário.
Mas nelas você terceiriza a custódia, ou seja, deixa seus fundos dentro de uma exchange e corre o risco intrínseco de perder seus ativos.
Pode ser diante de uma quebra da exchange, um hacker ou até mesmo uma regulamentação mais severa voltada para esse setor.
Mas temos a possibilidade da essência da descentralização, que nos empodera a ter o controle total sobre nossa chave privada e pública e, consequentemente, dos nossos ativos.
Por exemplo, aqueles que usavam a FTX apenas como intermediária de negociações e mantinham seus ativos em wallets, fazendo sua autocustódia, conseguiram evitar a confusão causada por ela.
Mergulhando um pouco mais nesse mar, a autocustódia em wallets permite a interação com protocolos DeFi, na qual as exchanges centralizadas não permitem que seus usuários tenham acesso direto às implementações que são realizadas pelos desenvolvedores no ecossistema DeFi.
Ressaltamos a importância do DeFi não precisar confiar em uma figura centralizada, sendo um setor reconhecido por prover soluções similares às que utilizamos no mercado tradicional, sem utilizar intermediários financeiros ou instituições centralizadas (bancos, corretoras e exchanges) em suas operações. Ao invés disso, DeFi conta com contratos inteligentes em blockchains e aplicativos descentralizados (DApps).
Voltando ao assunto dos conceitos, é muito importante que você entenda a diferença entre a chave privada e a chave pública.
A chave privada é utilizada para criar assinaturas digitais, provar a propriedade e gastar os fundos associados ao endereço público. É crucial manter a chave privada segura e de forma alguma compartilhar ela com alguém.
Para facilitar no armazenamento, inúmeros wallets realizam suporte das "Seed Phrases" (Frases Semente), são 12, 18 ou 24 palavras que atuam como uma "chave mestra", permitindo o acesso à sua carteira.
A melhor forma de guardar sua chave é de forma offline, ou seja, em uma placa de metal ou em um pedaço de papel. O revés de armazenar no papel é a facilidade com a deterioração desse material.
As chaves podem até ser armazenadas em dispositivos móveis, computadores ou em USB. No entanto, para realizar esse tipo de armazenamento, é necessário um bom conhecimento em computação para mitigar algum tipo de exposição.
A chave pública atua como seu endereço público, como um número de conta bancária, e é usada apenas para receber fundos ou verificar um saldo.
Pense na chave pública como sua chave PIX, a qual você fornece para o recebimento de fundos na sua conta corrente.
Sabendo disso, quero que entenda agora que tem algumas formas para que você faça sua própria custódia, de forma online e offline.
Existem algumas diferenças importantes entre os métodos.
De forma online, com as Software Wallets ou também denominadas Hot Wallets, os ativos estão online, têm maior risco de falhas, normalmente são gratuitas e o uso é mais prático e mais intuitivo.
Ex : Atomic Wallet, MetaMask, Trust Wallet, Exodus etc.
De forma offline, com as Hardware Wallets ou também denominadas Cold Wallets, os ativos estão offline, há menor risco de falhas, são soluções pagas e têm uma experiência de usuário mais complicada.
Ex : Ledger, Trezor, entre outras.
A escolha de qual usar é bem particular, varia de como você gere seu portfólio até o tempo que você tem determinado em sua tese de investimento no mercado cripto.
De qualquer forma, ambas as formas são eficientes de você ter posse sobre seus ativos.
Se você não for o proprietário, estará confiando seu ativo a um terceiro. Se você possui suas chaves, tem controle total sobre como usar seus fundos.
A atividade em serviços centralizados é conveniente para os usuários no curto prazo, mas seguir o mantra “not your keys, not your coins” torna o ecossistema mais saudável como um todo.
Um abraço