É bem verdade que o mercado de criptoativos vem ganhando cada vez mais adeptos, seja no Brasil ou no mundo. Eu mesma já falei sobre isso em outra oportunidade por aqui. Este crescimento deve continuar nos próximos anos não só por conta da popularização, mas também do avanço em questões sensíveis ao investidor, como, por exemplo, a existência de um projeto inteligente por trás.
É natural que alguém de perfil um pouco mais defensivo, ao aportar na renda variável, tenha a preocupação de optar por ativos geradores de valor, seja em startups, small caps ou blue chips.
No caso das criptos, esta também deveria ser uma questão uma vez que muitos investidores acabam aportando os seus recursos em modalidades sem, exatamente, compreender o projeto.
Você sabe, por exemplo, qual o propósito por trás da criação do Bitcoin e de outras criptos?
No primeiro, certamente é possível formular uma resposta com a ideia de que se trata de um sistema descentralizado de pagamentos. Seu lançamento ocorreu de forma estruturada, com objetivos e funcionamentos do sistema explicados em um artigo.
Por outro lado, o Dogecoin, segundo o seu criador, Billy Markus, revelou em uma postagem no Twitter que o ativo foi lançado sem nenhuma expectativa ou plano.
Para dar um exemplo que fuja do BitCoin, já conhecido por todos, acho interessante comentar um pouco sobre a D¥N, uma criptomoeda baseada em ativos reais, ou seja, imóveis e participações.
De forma resumida, 80% de seus recursos são direcionados ao segmento de Real Estate e os outros 20%, ao operacional. Parte desse dinheiro é usado para a recompra e “queima” da cripto em um sistema chamado “buy back and burn”, no qual a quantidade total dos ativos é cada vez menor, gerando o efeito de escassez.
Na sua criação, por exemplo, a Dynasty Global, empresa suíça fundada por brasileiros, emitiu 21 milhões de unidades disponíveis para negociação e hoje são pouco mais de 20 milhões.
Inovador, não é mesmo? Tanto que ela recebeu um prêmio e hoje figura entre as companhias mais promissoras do Cripto Valley.
Como eu já escrevi em outros artigos, a tecnologia por trás das criptos, o blockchain, é a base para o desenvolvimento de uma série de inovações. Como vimos, a iniciativa descrita acima é apenas um começo.
Também é importante dizer que muitos deixaram e ainda deixam de participar deste mercado com receio, sobretudo, da não existência de um projeto real e sólido por trás.
Neste sentido, uma dica importante é dar relevância à palavra diversificação. Dentro de seu próprio universo, os ativos digitais já conseguem fornecer opções para que os investidores possam dividir os seus recursos sem, no entanto, migrar para outras modalidades.
Porém, mais do que isso, é importante ressaltar que os agentes deste mercado estão observando as mudanças e comportamentos das pessoas. É natural que novas soluções apareçam e novidades surjam em um ecossistema tão jovem quanto nossos filhos.
É preciso observar e, como diz o ditado, “entrar na água com um pé de cada vez”. Bons negócios!