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Crescimento no consumo de petróleo enfrenta obstáculos até o final de 2024

Publicado 13.11.2024, 11:00
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O mercado de petróleo tem encontrado pouco suporte nas últimas semanas uma vez que as estratégias de restrição da oferta por produtores têm dado sinais de esgotamento. Além disso, os menores volumes de importação do combustível na Ásia também sinalizam um enfraquecimento da demanda. Nesse sentido, entidades começam a ajustar suas projeções, como a OPEP, que agora prevê um crescimento global de 1,82 milhões de barris por dia (bpd), 107 mil barris abaixo da estimativa do mês passado.

Alguns fundamentos do complexo energético têm prejudicado a demanda este ano, mas o principal deles é o menor volume de petróleo importado pela China, que registra uma queda de cerca de 3% (-351k b/d) no acumulado de 2024 em comparação a 2023. Em suas estimativas, a OPEP prevê um crescimento de 450 mil bpd no gigante asiático em 2024, cifra bastante abaixo dos 580 mil bpd previstos nas suas projeções do mês anterior. Apesar de Pequim apresentar um plano de estímulos capaz de fortalecer a economia, marcada por uma forte crise no setor imobiliário, não necessariamente eles vão se traduzir em maior consumo de combustíveis, o que pode ter um efeito limitado nas expectativas do mercado em relação aos principais benchmarks do petróleo que registram quedas superior a 10% na comparação anual.

Principais Referências para o Petróleo (US$/bbl)

Fonte: Refinitiv

Existem alguns fundamentos altistas no mercado, como o endurecimento de sanções contra Venezuela e Irã, o que pode resultar em algum suporte no curto prazo para commodities energéticas. No entanto, novos incentivos para a produção de petróleo nos EUA, assim como possível ampliação na produção pelos países membros da OPEP+ a partir de dezembro, tornam ainda mais desafiador um aumento substancial nos preços dos principais benchmarks da commodity, especialmente considerando as revisões baixistas para a demanda de energia em 2024 e 2025.

O ambiente macroeconômico também não contribui para uma melhora na aversão ao risco, com incertezas sobre os novos rumos da política americana trazendo força para o dólar e tornando mais caras as commodities energéticas para detentores de outras moedas. Eventuais cortes de impostos nos EUA podem resultar em um aprofundamento do déficit fiscal, obrigando o Tesouro americano a pagar yields maiores para atrair investidores para seus títulos, o que dá suporte ao dólar. No mês de novembro, o DXY mostra uma elevação de 2.213 pontos em relação a 2023, bastante próximos dos níveis observados em 2022 quando o Fed começou seu ciclo monetário restritivo. 

US Dollar Index (DXY)

Fonte: Refinitiv

Apesar da redução das suas estimativas, os números da OPEP ainda se mostram muito mais otimistas em relação a outras organizações do setor energético, como a EIA e a IEA, que projetam, respectivamente, crescimento global de 940 mil barris por dia e 860 mil barris por dia. Nos últimos meses do ano, o consumo de combustíveis tende a diminuir no hemisfério norte devido à aproximação do inverno, o que reduz as chances de revisões altistas para o consumo de petróleo. Portanto, a perspectiva para as commodities energéticas permanece cautelosa, com fatores sazonais e divergências nas previsões das principais organizações influenciando as expectativas futuras.

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