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Crescimento das Criptomoedas Pode Gerar um Risco Sistêmico?

Publicado 04.01.2022, 15:17
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • Alta significativa na capitalização do criptomercado em 2021
  • Aceitação dos criptoativos acelerou
  • Frenesi especulativo continua impulsionando preços para cima
  • Órgãos reguladores de olho na emergente classe de ativos
  • Controle da oferta monetária é um fator crítico para os governos; quanto maior a capitalização de mercado, maiores são as preocupações

O Bitcoin e o Ethereum são as duas criptomoedas líderes do mercado. No final de 2021, elas respondiam por mais de 60% do valor de toda a classe. Ao nível de US$47.000, o valor do Bitcoin estava perto de US$894 bilhões. A US$3.715 por token, a capitalização de mercado do Ethereum era de quase US$445 bilhões.

Juntas, as duas criptos representavam cerca de US$1,34 trilhão do valor de US$2,223 trilhões da emergente classe de ativos.

Enquanto isso, a Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), maior empresa do mundo, tinha um valuation de US$2,913 trilhões, a US$177,57 por ação em 31 de dezembro de 2021. Com isso, todo o criptomercado tinha um valor menor do que a maior empresa de capital aberto dos EUA, mas seguia no seu encalço.

À medida que entramos em 2022, o crescimento da classe de ativos digitais deve continuar gerando preocupação nos governos ao redor do mundo, devido aos “riscos sistêmicos” que representam. No entanto, a principal preocupação continua sendo o controle da oferta monetária, na medida em que as criptos ameaçam cada vez mais as moedas fiduciárias.

Alta significativa na capitalização do criptomercado em 2021

De acordo com a CoinMarketCap, no fim de 2020, o valor de mercado das criptomoedas era de US$767,482 bilhões. Em 31 de dezembro de 2021, ele valia mais de US$2,223 trilhões, uma alta de quase 2,9 vezes.

O Bitcoin, líder do mercado, registrou ganhos impressionantes no ano, mas fechou abaixo da máxima histórica tocada em 10 de novembro.

BTC/USD mensal

Fonte: Barchart

O gráfico destaca o movimento desde US$28.986,74, em 31 de dezembro de 2020, até US$46.329,11 no fim de 2021, uma alta de 59,83%. No entanto, o Bitcoin fechou 32,77% abaixo do seu pico recorde de US$68.906,48 de 10 de novembro.

O Ethereum, enquanto isso, saiu-se ainda melhor ao longo do ano passado.

ETH/USD mensal

Fonte: Barchart

O Ethereum subiu de US$738,912 no fim de 2020 para US$3.688,877 em 31 de dezembro de 2021. A cripto vice-líder valorizou-se quase cinco vezes mais. O desempenho do Bitcoin foi pior do que o da classe de ativos geral em 2021, enquanto o do Ethereum foi melhor.

O Bitcoin é um meio de troca, enquanto o protocolo do Ethereum é uma plataforma para diversos tokens, que já somam mais de 16.200 de forma geral. Além de mais rápido e eficiente, o Ethereum 2.0, quando for lançado, será uma cripto mais verde, ao exigir muito menor energia para ser minerado através do mecanismo de prova de participação, ou proof of stake.

Aceitação do mercado acelerou

O crescimento da classe de ativos reflete a rejeição das moedas fiduciárias em um ano em que a inflação tomou conta dos mercados, deteriorando o valor do dólar, euro, libra, iene e muitos outros meios de troca fiduciários. Os valores das criptomoedas são puramente uma função da oferta e demanda existentes no mercado, sem qualquer intervenção governamental.

Embora o frenesi especulativo tenha criado uma ação altista nos preços, a aceitação dos tokens como meios aceitáveis de pagamento por produtos e serviços contribuiu para o seu crescimento.

O apoio do CEO da Block (NYSE:SQ), Jack Dorsey, e do fundador e CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), Elon Musk, foi fundamental para sua valorização. Ao final de 2021, um número cada vez maior de empresas aceitavam as criptos como forma de pagamento, com muitas delas mantendo reservas nos tokens líderes e mais e mais investidores alocando um percentual dos seus portfólios em criptoativos, como forma de se proteger da inflação.

Frenesi especulativo continua impulsionando preços para cima

Nada contribui mais para a ascensão de um mercado do que uma tendência de alta. A alta do Bitcoin de cinco centavos, em 2010, para quase US$47.000 no fim de 2021, significa que um investimento de US$100 há onze anos valeria US$94 milhões em 31 de dezembro de 2021.

Os incríveis retornos fizeram com que especuladores afluíssem para a volátil classe de ativos. Se a tendência continuar em 2022 e nos próximos anos, o apetite desses especuladores só irá crescer. Bull markets tendem a se retroalimentar, na medida em que o potencial de riqueza atua como uma força magnética.

Órgãos reguladores de olho na emergente classe de ativos

Nas finanças, o risco sistêmico representa o perigo de colapso de todo o mercado ou sistema financeiro, ao contrário do risco associado a apenas uma entidade, grupo ou componente individual de um sistema. Uma única desintegração ou colapso pode ser contido dentro da rede sem prejudicar todo o sistema.

Ao final de 2021, ao nível de US$2,223 trilhões, o valor total das criptomoedas ainda estava abaixo da capitalização da maior empresa do mundo, a Apple, fazendo com que seu risco sistêmico seja pequeno. Embora a volátil classe de ativos apresente muitos riscos, seu colapso não causaria uma calamidade econômica nos níveis atuais.

Mas se ela sustentar seu mesmo ritmo de crescimento de 2021, a história pode ser diferente. Se seu valor de mercado crescer a uma taxa igual ou similar, para US$6,447 trilhões no fim de 2022, os órgãos reguladores provavelmente tomarão medidas para controlar os riscos sistêmicos de um repentino colapso.

Controle da oferta monetária é um fator crítico para os governos; quanto maior a capitalização de mercado, maiores são as preocupações

Autoridades governamentais do mundo devem citar os riscos sistêmicos como razão para colocar rédeas nas criptomoedas, se sua capitalização de mercado continuar crescendo, mas um problema ainda mais sério pode fazê-las entrar em ação.

Os governos derivam seu poder das forças militares e do controle dos orçamentos. A expansão ou contração da oferta monetária é uma fonte de grande poder, na medida em que permite o estímulo ou a retração econômica. As moedas fiduciárias estão respaldadas na fé pública e no crédito dos países que a emitem.

Conclusão: as criptos crescem em prejuízo das moedas fiduciárias. Os governos não devem abrir mão de um dos seus instrumentos de poder sobre os indivíduos. Ao mesmo tempo, os devotos ideológicos das criptos têm precisamente essa intenção.

Quanto mais cresce a capitalização de mercado das criptos, maiores são as chances de os governos atuarem no sentido de controlar o que enxergam como um inimigo econômico que ameaça seu poder. Em 2021, o gestor de fundos de hedge Ray Dalio pode ter expressado isso melhor ao dizer o seguinte sobre o criptomercado:

“Acredito que, no fim do dia, caso as criptomoedas tenham sucesso, as autoridades vão querer acabar com elas. E têm meios para tanto”.

Em 2022, uma continuação do crescimento e da alta dos preços das criptos pode abrir espaço para uma épica batalha entre a classe de ativos e os governos, capaz de gerar muita volatilidade. Só invista o capital que você pode perder, já que combater governos é um jogo perigoso.

O ponto-chave para o valor do criptomercado pode ser de no mínimo US$3 trilhões e no máximo US$5 trilhões em 2022. A última coisa que qualquer governo deseja abrir mão é seu poder e controle sobre a oferta monetária, o que faz com que as criptomoedas sejam um mercado financeiro perigoso.

Enquanto isso, as moedas fiduciárias digitais podem gerar uma nova onda capaz de comprometer a fintech. No entanto, as diferenças ideológicas continuarão traçando as linhas de batalha, enquanto as finanças evoluem no próximo ano.

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