Citamos aqui ontem que o número do IPCA não tende a criar nenhuma disparidade em termos de política monetária, pois pelo horizonte relevante, as atenções do Banco Central continuam focadas na questão fiscal.
Reiteramos tal posição, pois o IPCA, ainda que 6 bp abaixo de nossa projeção, veio dentro das expectativas de arrefecimento de alimentação, núcleos e difusão e tal descompressão de preços era esperada, inclusive para os próximos meses, em meio também aos efeitos da política monetária até agora adotada.
A reoneração dos combustíveis ocorreu no momento correto para os efeitos se concentrarem em 2023, enquanto os índices de difusão apresentaram um alívio como um todo, além da descompressão de serviços que não havia ocorrido na medição anterior, inclusive sendo citado em ata do COPOM.
O mercado local está com maior propensão ao prêmio de risco e somente se “travou” após a enorme série de sinais muito ruins emitidos pelo governo a partir de sua posse e a má vontade em criar um arcabouço fiscal crível – e não que agradasse ao ‘mercado’ – na busca pela confiança local e internacional.
Com o rascunho inicial lançado, ainda que um tanto longe do mínimo ideal, os investidores aguardam o polimento congressual ao tema e as possíveis mudanças, que darão o alento necessário para que as curvas de juros respondam e o Banco Central retome o processo de afrouxamento monetário já no início do próximo semestre, como era largamente aguardado pelo mercado.
Em resumo, apesar dos ataques e da narrativa belicosa do governo, o tal ‘mercado’ somente aguardava que se fosse feito o mínimo necessário para precificar o corte de juros no momento previamente aguardado e tende a responder positivamente aos eventos, algo que poderia já ter ocorrido há 2 meses, pelo menos.
A reação positiva de ontem, com dólar em queda, alta de 4,29% do Ibov e fechamento das curvas veio com uma dose exagerada de otimismo, especialmente após o que se viu nos primeiros 100 dias de governo, porém, nada de novo para quem está há tempos no mercado financeiro.
As atenções hoje voltadas ao CPI nos EUA e à possibilidade, ainda em aberta, de redução do ritmo de altas de juros pelo Fed, após um Payroll ainda forte, porém, a preocupação de membros do comitê parece novamente voltada aos problemas do sistema bancário, o que pode facilitar a decisão de deter o aperto monetário atual.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por dados de inflação nos EUA e a ata da última reunião do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, também na expectativa pela divulgação de dados nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro e cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, também na expectativa por dados relevantes da economia americana.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,21%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0062 / -1,20 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,128%
Dólar / Yen : ¥ 133,67 / 0,067%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,056%
Dólar Fut. (1 m) : 5024,50 / -1,45 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,13 % aa (-0,77%)
DI - Janeiro 25: 11,76 % aa (-1,93%)
DI - Janeiro 26: 11,60 % aa (-2,27%)
DI - Janeiro 27: 11,74 % aa (-2,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 4,2879% / 106.214 pontos
Dow Jones: 0,2926% / 33.685 pontos
Nasdaq: -0,4343% / 12.032 pontos
Nikkei: 0,57% / 28.083 pontos
Hang Seng: -0,86% / 20.310 pontos
ASX 200: 0,46% / 7.344 pontos
ABERTURA
DAX: 0,328% / 15706,57 pontos
CAC 40: 0,460% / 7424,29 pontos
FTSE: 0,722% / 7841,95 pontos
Ibov. Fut.: 4,32% / 106685,00 pontos
S&P Fut.: 0,19% / 4144,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,067% / 13093,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,06% / 107,20 ptos
Petróleo WTI: 0,25% / $81,73
Petróleo Brent: 0,32% / $85,88
Ouro: 0,37% / $2.010,85
Minério de Ferro: -1,29% / $118,20
Soja: -0,37% / $1.495,25
Milho: 0,31% / $654,25
Café: 0,39% / $189,90
Açúcar: 0,98% / $24,50