CAFÉ: Menor produção nacional eleva preço interno
Os preços internos e externos do café arábica reagiram em alguns dias da semana passada e desta. Segundo pesquisadores do Cepea, os aumentos estiveram atrelados à diminuição da safra e estoques brasileiros apontada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Já para o robusta, as cotações internas seguem em patamares recordes nominais, mas o ritmo de alta perdeu fôlego. De acordo com o USDA, a produção brasileira (de arábica e robusta) da safra 2015/16 deve totalizar 49,4 milhões de sacas de 60 kg, redução de 9% em relação à temporada anterior (54,3 milhões de sacas). Essa queda se deve à diminuição no tamanho dos grãos e às chuvas durante o início da colheita no país, que prejudicou a qualidade da bebida.
No geral, as estimativas para a temporada 2015/16 estão divergentes entre agentes e também entre órgãos oficiais. A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), por exemplo, indica produção de 42,15 milhões de sacas de café, bem abaixo da prevista pelo USDA.
FRANGO: Alta do frango reduz competitividade frente a substitutas
Entre as carnes pesquisadas pelo Cepea, a de frango é a que mais tem se valorizado em novembro, em relação ao mesmo período do ano passado, reduzindo sua competitividade frente às substitutas. Cálculos do Cepea indicam que a cotação do frango inteiro resfriado, que representava 48,6% do valor da carcaça comum suína em novembro de 2014, atualmente está custando 65%.
Em termos reais (deflacionados pelo IPCA de out/15), a diferença entre as duas proteínas caiu de 4,29 reais para 2,23 reais. Frente à carcaça casada bovina, o frango passou a valer 42,5% do seu preço, ante os 41,2% de igual período do ano passado. Em termos absolutos, a diferença, que era de 5,77 reais entre as carnes, passou para 5,62 reais – valores deflacionados. Segundo pesquisadores do Cepea, além do bom desempenho das exportações, a demanda interna aquecida, favorecida principalmente pelos altos patamares de preços da carne bovina, tem sustentado as cotações do frango.
Nos últimos dias, a procura chegou a diminuir, mas essa retração esteve mais relacionada ao período de final do mês, quando normalmente as compras reduzem.
CITROS: Preço se mantém em alta; chuva dificulta colheita
No mercado paulista de laranja in natura, as vendas estão bastante calmas nesta semana, tanto pelas chuvas quanto pelo período de final de mês. Ainda assim, os preços se mantêm em tendência de alta. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a laranja pera tem média de R$ 17,39/caixa de 40,8 kg, na árvore, valorização de 5,7% em relação à média da semana passada.
No campo, segundo produtores, as chuvas intensas nas principais regiões citrícolas do estado de São Paulo são bem-vindas no atual estágio de desenvolvimento da safra, visto que podem contribuir para o bom enchimento dos frutos. Por outro lado, estão dificultando os trabalhos de campo, principalmente colheita e carregamento das laranjas já maduras.
A maioria dos produtores reduziu a quantidade de cargas enviadas nesta semana, tanto para o mercado de mesa quanto para a indústria, já que os caminhões têm dificuldade em entrar nos pomares. Ao mesmo tempo, compradores para o segmento in natura têm restrição quanto ao recebimento de frutas molhadas, que podem se estragar mais rapidamente.